Opinião: Crônica de uma greve anunciada
Os jogadores do Vasco resolveram não concentrar para a partida contra o Bangu. A decisão é uma forma de pressionar a diretoria. O pagamento da última sexta-feira não acalmou os ânimos. Principalmente porque se limitou a uma parte pequena do elenco. Apenas sete jogadores com direito de imagem receberam. E, mesmo assim, só uma parte pequena dos atrasados. Todo o resto do grupo não ganhou um centavo. O Vasco deve premiações, o salário de dezembro e o 13º salário dos jogadores.
Rodrigo Caetano sabia dos problemas financeiros do clube. E também que as cobranças por resultados seria maior. Não recebeu garantias da diretoria de que tudo iria melhorar. Pelo contrário, com a decisão do clube em querer aumentos significativos pelos patrocínios da camisa, o clube perdeu a Alê e o BMG e está com dificuldades de arrumar novos parceiros. E a verba da Eletrobrás, retida na Justiça, é um eterno problema. Que não parece ter solução. Por isso, resolveu sair.
O grupo entendeu a mensagem. E desde a saída de Rodrigo Caetano, a comunicação entre jogadores e diretoria começou a ter atritos. Apesar do apoio do grupo ao novo diretor de futebol, Daniel Freitas, a situação foi piorando. E Roberto Dinamite cometeu um erro crucial na relação com o elenco: prometeu quitar as dívidas e não cumpriu o prazo.
O elenco vascaíno é unido. E profissional. Não leva o problema para o campo. Mas qualquer resultado negativo pode fazer a crise ganhar mais força.
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