Opinião: "Como nascem os ídolos"
Eu sei, abrir uma coluna falando da Copa que já passou pode parecer assunto requentado, mas juro que isso vai ser só o pontapé inicial. Para mim, a Copa quase não existiu, eu até disse aqui algumas vezes, já que eu estava gravando diariamente e folgando só nos jogos do Brasil. Como estes também praticamente não existiram, passei batido. Mas, Dungas, jabulanis e vuvuzelas à parte, para mim particularmente ela teve um valor diferente: despertou no meu filho a paixão pelo popular e violento esporte bretão.
João tem cinco anos, ainda muito pequeno para entender regras, rivalidades e o tanto que mexe amar um time de futebol.
Mas todo o oba oba para ver os jogos e vestir o uniforme canarinho fizeram com que ele virasse um futebol-maníaco.
Para alegria do pai que é acordado às 8 da manhã de um sábado pós festa, por um projeto de homem, já com camisa, calção e meião (para ele meiona) do Vasco, a fim de bater uma bolinha.
Homem Aranha? Super Homem? Batman? Ben 10? Nada.
O super herói do momento é Carlos Alberto, desenhado 627 vezes por dia, com seu cabelo de trancinhas. Sim, o capitão vascaíno é o ídolo maior do time, mesmo tendo (ao contrário do ano passado) usado muito mais o chinelo do que a chuteira. Para meu pequeno hoje é Deus (que ele ainda também não entende) no céu e Carlos Alberto na terra. Por mais que Fernando Prass, Zé Roberto e Felipe também tenham espaço no seu mural colado com cartolina na parede. Carlos Alberto é hoje para ele o que Roberto Dinamite foi pra mim em meados dos anos 80, quando eu fazia exatamente o que ele hoje faz.
Mas João ainda não sabe como funcionam as coisas no futebol atual. Ainda não sabe que, por mais que exista um contrato de três anos recém renovado, seu herói pode amanhã ir para a Europa, Emirados Árabes ou mesmo para um time daqui em melhores condições financeiras. E aí... como ficam os fãs? É seguro hoje em dia um garoto desenvolver a mesma idolatria pelo craque do seu time como eu desenvolvi por Roberto, os rubro negros por Zico, os corintianos por Sócrates, os colorados por Falcão? Se ele fosse fã do Leandro Amaral seria preocupante, afinal, já sabemos que o atacante, atualmente no Flamengo, não é muito de criar vínculos por onde passa
Como nascem os ídolos já sabemos. O que preocupa é como tirá-los de uma hora pra outra do coraçãozinho das crianças, futuros torcedores, quando as oportunidades de uma vida melhor falarem mais alto? Por isso, parabéns (mesmo que atrasado) ao Santos por ter mantido por mais um tempinho o ídolo maior da nova geração de torcedores.
O Vasco, time meu e do João, segue mantendo a invencibilidade, só na base do empate. Ou seja, não f$#@de nem sai de cima. Já não tenho mais medo do rebaixamento.
Falta ao time um matador, um pivô, um cara que segure os zagueiros para que Éder Luís e o herói do meu filho cheguem de trás. Acho que ainda vai melhorar. Talvez quando Ramón voltar. Aliás, sera que Ramón pretende voltar a jogar ainda este ano? E mais? Sabemos do talento de Felipe, portanto não é novidade que ele está ainda em processo de recuperar a forma.
Mas quanto tempo falta para ele acertar um passe? Foi uma semana de notícias ruins pelos lados de São Januário e eu não estou me referindo aos divulgados atrasos nos pagamentos. A primeira: Rogério deixou de ser técnico do Flamengo. A segunda: Élder Granja se recuperou e já voltou aos treinos.
O Flamengo ganhava de 1 a 0, quando fui fazer um miojo. Nem coloquei o pozinho com o tempero, o Guarani empatou e virou. Depois dizem que em três minutos não dá pra fazer nada.
- SuperVasco