Torcida

Opinião: "Até que a morte nos separe"

Por Marcos Peressoni

A semifinal contra o tricolor das Laranjeiras é o primeiro teste real pelo qual passa o time desde que Mancini assumiu como treinador. É uma ótima ocasião para medirmos a real potência da configuração atual de nossa formação e mensurarmos sua maturidade atual.

Mancini chegou com um discurso que seduziu os corações e as mentes da maioria de nossos torcedores: prometeu um futebol vistoso e ofensivo. Que tenha caído no gosto do torcedor com esse discurso “ataqueiro”, portanto, não espanta, dado que a alma coletiva vascaína responde meio automaticamente de forma positiva a certos acordes, por assim dizer, tal qual o público roqueiro norte-americano já estaria condicionado a aplaudir sem se dar contas certas seqüências ou rufares de bateria; isso, segundo Thomas Pynchon em seu romance “Vineland” – uma crítica hilária e desconcertante a comunicação social reduzida a superficialidade das técnicas de marketing, publicidade -.

A questão que está colocada, então, é aquela do ponto de equilíbrio entre juventude e experiência, entre habilidade e força, entre virtuosismo e disposição tática, entre exibição e competição, entre brilho, fulguração e eficácia, eficiência.

De qualquer modo, seja qual for o desenlace, como muitos torcedores, apoio ao grupo e o treinador. É que minha relação de torcedor do Vasco não é figurada pela figura do “dono do clube” – essa floração euriquista que ainda viceja entre nós -, e sim pela das bodas, daqueles casamentos tradicionais de antigamente: na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na dor e no júbilo – na série A, B, C ou D -, até que a morte nos separe!

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