Futebol

Opinião: "Amaral - Um risco a ser corrido"

Já sei que a opinião que aqui defenderei pode gerar uma saraivada de críticas, das quais não pretendo me esquivar: Amaral deve ser titular do Vasco, independente dos jogadores que estiverem a disposição. E olha que eu nunca esperei escrever isso um dia. Quando anunciaram seu retorno ao Vasco, no inicio dessa temporada, cuspi abelhas africanas. Razões, cá pra nós, haviam. Em sua primeira passagem pelo Vasco, Amaral só fazia irritar a torcida. Tudo bem que fazer dupla com Roberto Lopes é de rebaixar o futebol de qualquer volante, seja ele de que categoria for, mas Amaral não era lá tão acima do seu companheiro. Engraçado, ou trágico, como preferir, era que, entrava e saía técnico, Amaral seguia como titular. Com Dorival Júnior não foi diferente. Diante das “pixotadas” cometidas pelo volante no início de temporada, que só vinham a confirmar o péssimo negócio realizado pelo Vasco, cheguei a questionar em meu Blog essa preferência dos técnicos pelo futebol do Amaral. Sequer o chamava pelo nome, usava a alcunha de “ O Cabeçudo da camisa 8”. Quais seriam as razões por essa preferência injustificável dos treineiros? Só podia ser uma questão pessoal, não sei, ás vezes o Amaral é um cara boa praça, contador de piada, bate um bolão no Playstation. Essas eram as únicas justificativas para sua escalação.

Disse bem, eram. Com o tempo, e com o comando de Dorival Júnior, Amaral passou a merecer ser chamado por mim pelo nome. As “pixotadas”, embora ainda aconteçam, rarearam. Não confunda caro leitor, Amaral não é nenhum craque, não sou maluco de dizer isso. Com a bola nos pés, continua um jogador limitadíssimo, por vezes irritante. Não é afeito a passes longos, a jogadas de técnica, mas faz seu feijão com arroz. Reconhece a própria limitação e limita-se a entregar a bola no pé de um companheiro que saiba o que fazer com ela, de preferência ao seu lado, ou até mesmo atrás. Futebol, no entanto, não se joga só com a bola nos pés. Não esqueçam que metade do tempo, em geral, a bola esta com o adversário, e aí que entra o futebol do Amaral. Hoje, no elenco Vascaíno, Amaral é o melhor marcador e roubador de bolas, por mais que várias das bolas que ele roube sejam entregues prontamente em pés adversários, ou chutadas a revelia para o alto, para frente, para lateral, para escanteio. Ele não é craque, e craque também não é o Matheus, que além de não fazer nada com a bola, não marca ninguém. Sei que escrever um artigo elogioso ao Amaral é um risco tremendo, pois a qualquer momento ele pode fazer uma besteira e entregar um jogo. Amaral é um jogador de risco. Um risco que, hoje, o Vasco deve correr.

Agradecemos ao nosso leitor João Vitor Carvalho pelo envio da matéria.

Quer enviar a sua também? Acesse o Vc no SV e saiba como fazer!

Fonte: AmoVasco