Opinião: "Alguns recados"

Depois de garantirmos a vaga na final da Copa do Brasil ao bater o Avaí por 2 a 0 na Ressacada, é a hora de deixar alguns recados. Eles vão para quem merece recebê-los. Vista a carapuça quem achar conveniente...

Imprensa - a final está definida e todos já podem começar a exaltar o favoritismo do Coritiba, relembrando a maneira espetacular de como se sagraram campeões paranaenses, seu recorde de vitórias em sequência, a goleada histórica pra cima do Palmeiras e como o Couto Pereira se torna um alçapão para seus visitantes. Por outro lado, está liberada a caça à notícias ruins vindas da Colina.

Telespectadores rivais - com uma semana a mais para secar o Vasco, podem fazer mesmo que a imprensa e decretar a impossibilidade do Vasco passar pelo Coxa. Invadir blogs do Coritiba com mensagens de apoio também é uma boa. Diminuir a importância da Copa do Brasil é algo que mulambos e o canil já fazem desde que foram eliminados, então nem precisamos comentar a respeito.

Torcedores do Coritiba - demonstrem toda sua confiança não falando bem do time que torcem, mas tentando diminuir não apenas a campanha do Vasco na Copa do Brasil, mas também a nossa história. Time ruim, só ganha roubando, favorecido porque é do Rio, não é mais time grande faz tempo, entre outros brilhantes argumentos estão liberados.

Vascaínos realistas/pessimistas, envergonhados, do contra e afins - podem continuar as lamúrias sobre a fraqueza do elenco e do treinador, reclamações sobre o quanto a camisa preta traz azar, lembrar o quanto o Coritiba tem jogado melhor que o Vasco e lembrar que seria melhor ter perdido para Avaí para não ser vice novamente. Se sobrar um tempinho, podem torcer um pouco pelo time. E, se apesar de tudo formos campeões, podem comemorar na boa: a generosidade vascaína perdoa até traições como essas.

Mas vamos às atuações...

Fernando Prass - ontem voltou a mostrar a segurança que conhecemos. Mesmo não precisando praticar nenhum milagre, teve uma boa atuação, fazendo inclusive boas saídas em bolas alçadas à área.

Allan - mesmo sem comprometer, destoou do restante do time, dando alguns moles na marcação e sendo pouco eficiente no apoio, principalmente quando tentou finalizar. Sua fase anda tão ruim que conseguiu fazer o Eder Luis se contundir ao se esticar todo pra pegar uma bola quadrada passada por ele.

Dedé - grande atuação. Excelente no desarme e nas antecipações quando Vasco pressionava e cedia mais espaços e preciso quando o Avaí tentou pressionar e os chutões foram necessários. Nas duas situações, passou por cima do atacante William sem a menor cerimônia, ensinando ao jogador o que é um atropelamento de verdade.

Anderson Martins - marcou com firmeza e atenção, beirando a perfeição nos cortes às jogadas aéreas. Arriscou algumas subidas ao ataque sem muitos resultados práticos.

Ramon - apoiou bastante no primeiro tempo e ajudou a defesa no segundo. Quase marcou um na etapa final em chute cruzado. Saiu contundido e em seu lugar entrou Marcio Careca, que por incrível que pareça, foi visto constantemente no apoio.

Eduardo Costa - calou seus críticos e provou que na hora do vamos ver, a experiência conta muito. Fechou os espaços no meio de campo marcando com precisão e ainda ajudou na criação quando teve a chance. Um dos melhores em campo, em um jogo que todos foram bem.

Romulo - tirando um lance em que tentou driblar e armou um contra-ataque pro Avaí ainda no primeiro tempo, fez uma partida sem poréns. Marcou com disposição e deu liberdade para que os armadores pudessem se destacar.

Felipe - só o cruzamento que originou nosso primeiro gol já valeria elogios ao Maestro. Mas mais que isso, ele ditou o ritmo do time, partindo pra cima da marcação sem medo e arriscando jogadas. Também ajudou os volantes marcando com disposição. Quando cansou, cedeu lugar ao Jumar, que entrou no finalzinho só pra garantir o já garantido resultado.

Diego Souza – finalmente apareceu o grande futebol do Diego Souza. O cara fez de tudo: correu o tempo inteiro, deu dribles (alguns desconcertantes para seus marcadores), fez jogadas com os companheiros, acertou belos passes e ainda marcou o seu. Foi indiscutivelmente o melhor em campo na que deve ter sido sua melhor atuação pelo clube. Mantendo o nível será decisivo nas duas próximas partidas.

Eder Luis – infernizou a vida da zaga avaiana com sua velocidade e movimentação. Caindo pelos dois lados do campo, foi uma das melhores opções ofensivas do time. Quase marcou um bonito gol, em lance que até finalizou bem, mas Renan fez um milagre para evitar que a bola entrasse. Acabou se machucando sozinho e preocupa para o primeiro jogo da final. Bernardo entrou em seu lugar e deu uma pequena amostra do porque continua no banco. Não conseguiu fazer nada, perdeu algumas bolas por tentar passar por vários jogadores e parece só ter entrado para criar quizumba, ao discutir com um jogador do Avaí.

Alecsandro – se foi o clamor por Elton que fez o atacante mudar sua forma de jogar, que a torcida continue pegando no pé do Alecsandro e que ele siga respondendo no campo. Ontem ele se movimentou bem mais que o usual, caindo pelos lados do campo e até puxando alguns contra-ataques. Outro dos destaques do time na partida, Alecsandro deixou Diego Souza na cara do gol para que marcasse o seu e ainda fez o dele, mal anulado pelo bandeira.