Futebol

Opinião: Adilson precisa tornar ataque eficaz, mas sem prejudicar a defesa

A pergunta que mais me fazem na rua ou pela internet é se o Vasco já está rebaixado para a Série B do Brasileiro.

Foi assim durante toda a semana.

E o empate com o Corinthians, em São Paulo, combinado às vitórias de Criciúma, Bahia, Fluminense e Portuguesa, não foi o melhor resultado para os vascaínos.

Tive vontade de dizer que sim, mas, declinei da resposta.

Faltam ainda mais três rodadas e, pelo que temos visto, é impossível faze previsões neste Campeonato Brasileiro tecnicamente sofrível.

Dizer quem irá compor o Z-4 é tão como anunciar a ordem no G-4.

Certo mesmo, só o Cruzeiro no primeiro lugar e a Ponte Preta em último.

BOTAFOGO 4 x 0 ATLÉTICO-PR.

Com as boas atuações dos experientes Renato e Seedorf, o coletivo alvinegro melhorou.

E o time paranaense, mesmo com a maioria dos titulares, sentiu que para vencer seria preciso aumentar o ritmo.

Mas não há mágica no futebol.

A decisão da Copa do Brasil começa na quarta-feira.

Foi preciso dosar a energia.

O problema é que do outro lado havia um Botafogo em seus melhores dias.

E este é o espírito que o time de Osvaldo Oliveira tem de levar para o confronto com o São Paulo, no Morumbi.

Mas sem afobação, sem a obrigação de ter de vencer o jogo _ e com cuidados defensivos redobrados.

No ano passado, o time terminou a 34ª rodada em quinto lugar, com 54 pontos, cinco a menos que o São Paulo, quarto colocado.

Nos últimos nove pontos, fez apenas um e terminou no sétimo lugar.

Desta vez, o Botafogo pode perfeitamente trazer um empate de São Paulo e vencer o Coritiba no Couto Pereira e o Criciúma, no Rio.

Com sete pontos nos três jogos finais, a vaga na Libertadores estará garantida.

FLUMINENSE 2 x 1 SÃO PAULO.

Com um pouco mais de organização, empurrado pela torcida e bafejado pela sorte que andava de mal com o time, o Fluminense fez o serviço.

Uma vitória sofrida diante do mistão de Muricy, construída com aplicação e equilíbrio.

O Fluminense de Dorival é melhor do que o de Vanderlei?

Talvez, não _ segue com a mesma limitação.

Mas fez o que a torcida esperava que fosse feito: teve vontade, um razoável jogo coletivo e equilíbrio.

O técnico ainda na fase de conhecer melhor o potencial de seus atletas.

Portanto, é natural que se equivoque nas avaliações ou demore nas apostas _ como, por exemplo, na decisão de por em campo o menino Biro Biro no segundo-tempo do jogo de domingo.

Não acho o time tricolor uma maravilha, mas não entendo a presença entre os que lutam para não ser rebaixados.

Quer dizer, até entendo: o elenco se enfraqueceu, as contusões e suspensões obrigaram o lançamentos dos jovens e deu nisso que está aí.

Agora é trazer pelo menos um ponto do jogo contra o Santos, em Presidente Prudente, para carimbar a permanência na Série A na partida contra o Atlético-MG, no Maracanã, ainda na penúltima rodada.

VASCO 0 x 0 CORINTHIANS.

Deve ser mesmo doloroso ter de montar uma estratégia que faça um time limitado ser mais produtivo que o oponente mais qualificado.

Pois, visto assim, Adílson Baptista está de parabéns: foi a São Paulo atrás de um ponto e o conseguiu.

Aliás, já soma cinco dos últimos doze que o Vasco disputou.

Agora, com dois jogos no Rio, precisa dos seis pontos para chegar à última rodada sonhando com o milagre.

Mas como vencer o campeão Cruzeiro, mesmo tendo pela frente um adversário já em ritmo de férias?

O técnico vascaíno precisa descobrir uma forma de dar eficácia ao ataque, sem comprometer o aparentemente ajustado sistema defensivo.

Porque apesar da assustadora colocação na tabela, o time com três zagueiros ganhou a competitividade que Dorival Júnior tanto buscava.

Se obtiver os três pontos sobre o Cruzeiro, ganha motivação para tentar vencer o Náutico em casa _ e se possível por uma boa margem de gols!

Não é tarefa fácil para um time remendado e cheio de deficiências _ mas em se tratando de Vasco da Gama eu não duvidaria na virada deste jogo.

Em que pese, é claro, a incompetência de Roberto Dinamite que, em pouco mais de cinco anos de mandato, só fez envergonhar os vascaínos...

GRÊMIO 2 x 1 FLAMENGO .

Resultado esperado.

Ou pensava Jayme de Almeida que os reservas rubro-negros seriam competentes o suficiente para bater o segundo melhor time da competição em sua própria Arena?

É claro que não.

O Flamengo que esteve em campo até se comportou relativamente bem, diante de um adversário cujo forte não é a produção ofensiva.

Mas, perdeu, como tudo levava a crer _ por ter sido formado por jogadores de qualidade questionável e sem o menor entrosamento.

Valeu pela experiência _ ou pela simples intenção de poupar os titulares que decidirão a Copa do Brasil com o Atlético-PR a partir de quarta-feira.

Só por isso mesmo...

 

Fonte: Coluna Futebol Coisa & Tal/ Gilmar Ferraira- Extra