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Opinião: Adilson deve fazer reflexões após jogo em Bangu

Dispensar metade de uma partida é o tipo de luxo que o Vasco costuma se dar mesmo quando não tem condições de fazê-lo. Foi assim ontem, na vitória sobre o Bangu por 2 a 0 em Moça Bonita. Nos primeiros 45 minutos, a equipe vascaína simplesmente não conseguiu jogar e na realidade não parecia fazer muito esforço para isso.

Como falei no post de ontem, se o calor não seria tão brabo – e não foi, já que os 30o da tarde desta quarta-feira são praticamente “clima de montanha” para o bairro – as maiores preocupações do Vasco seriam o gramado e a escalação do Adilson. O campo, realmente, estava em condições terríveis. Mas Adilson não inventou e repetiu a escalação que jogou contra a mulambada, com Guiñazu titular e Pedro Ken no banco.

Mas isso não adiantou muito. Diferente do primeiro tempo da Arena Maracanã, o Vasco foi muito apático. Sofreu com a marcação alvirrubra (principalmente sobre Douglas, que pouco conseguiu fazer) e os erros de passe voltaram a ser um problema sério, em que se pese a influência do campo irregular nesse quesito. As duas equipes não conseguiram criar praticamente nada: os donos da casa tiveram uma chance no comecinho da partida e o Vasco só ameaçou de verdade o Bangu nos minutos finais, com Everton Costa e Diego Renan perdendo chances claras de gol ao finalizarem mal.

No segundo tempo as coisas foram diferentes. Everton Costa, que sentiu o joelho e foi substituído pelo Thalles. E junto com o garoto, o time todo parece ter ganho em disposição. Com a maior movimentação, os espaços começaram a aparecer e Douglas começou a articular jogadas. O próprio teve duas boas chances: numa, a bola que sobrou e ele tentou colocar por cobertura foi para fora; na outra, nosso velho conhecido Rafael, goleiro do Bangu, defendeu uma boa cobrança de falta.

Mas foi a entrada do Montoya que animou de vez a partida. Antes mesmo de ter participado de algum lance, o colombiano mostrou que é pé quente: aos 23, dois minutos depois de substituir Edmilson, o Vasco abriu o placar com Thalles, de cabeça, após bom lançamento de André Rocha. Dez minutos depois, fechamos o caixão com o próprio Montoya, que invadiu a área adversária após tabelas com Diego Renan e mandou uma bomba pro gol do Bangu. Com a boa vantagem criada, o Vasco soube cozinhar a partida até o fim, sem correr muitos riscos.

Depois de um tempo sem produzir muita coisa, bastou que o time corresse um pouco mais na etapa final para que a partida se resolvesse. É questão agora de se pensar: por que demoramos tanto tempo para definir os três pontos? O calor não foi e o gramado ruim atrapalha tanto uma equipe quanto a outra. Resta então a escalação do Adilson. Ainda que o time que tenha iniciado a partida tenha tido uma boa atuação contra o Framengo, a mesma equipe não conseguiu superar a combinação “adversário cauteloso+campo ruim”. Só com as alterações feitas o time jogou bem e justo na primeira vez que o técnico vascaíno fez as substituições que a torcida há tempos pedia. Se o jogo contra o Bangu servir para Adilson repensar algumas de suas convicções, talvez isso seja ainda mais importante que a própria vitória de ontem.

Fonte: ge