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Opinião: "A torcida do Vasco é o camisa 10"

Vou repetir e escrever pela enésima vez. O craque do Vasco nessa década não calça chuteiras, nem entra em campo. A torcida é a camisa 10.

São os vascaínos que arregaçam as mangas, botam o clube no colo e tentam levá-lo à frente. É o cruzmaltino que derrama amor e altruísmo pela sua bandeira. Foi ele que ajudou a erguer o monumento batizado de São Januário, tijolo a tijolo, centavo por centavo, suor em cima de suor. Paixão avassaladora e sem limite. Diante de tantos problemas, descaso, desmando e politicagem barata, o Vasco-2020 não seria nada sem a sua gente. O respiradouro do Vasco é o coração do vascaíno.
 

A imprensa, como quase sempre, não deu muita atenção, porém o torcedor vascaíno fez sua parte mais uma vez essa semana. A TV retransmite hoje a final da Taça Libertadores de 1998. O Vasco tinha um timaço e levantou a taça em Guayaquil. 22 anos e uma pandemia depois, a TV Globo anuncia a retransmissão e alguém tem a ideia de vender ingressos simbólicos.

Com a grana arrecadada, a ordem é ajudar no pagamento (eternamente) atrasados de salários dos funcionários. Mais de 10 mil ingressos foram comprados. E muitas famílias terão algum dinheiro graças a esse movimento.

Esse mesmo torcedor ajudou (e segue ajudando) na arrecadação de recursos para a construção do CT do clubes. E fez história ao transformar o Vasco no clube com o maior número de sócios-torcedores no Brasil.

Repito: hoje, sem dinheiro, com time fraco e totalmente à deriva, o Vasco estaria muito pior sem o amor do seu torcedor. Cada um desses apaixonados merecia uma placa de agradecimento na Colina Histórica. Mais trabalho, mais ideias e menos politicagem já seriam uma boa retomada. Não custa sonhar. Sai de graça e, se custar alguma coisa, o cruzmaltino banca com sua esperança.

Fonte: Blog Lédio Carmona - ge