Futebol

Opinão: "Virada em dupla-face"

\"virada\"Em 45 minutos, São Januário deixou de ser palco de um cenário melancólico para se tornar um caldeirão em festa. Meio tempo. Dois jogos. Partida dupla face. No primeiro tempo, o Internacional esteve seguro, controlou a partida e, após fazer 2 a 0 (gols de Andrezinho), parecia que chegaria até à goleada. Já o Vasco marcava, atuava e criava mal. Não dava esperança. Parecia anestesiado pelo excesso de passes errados, desempenhos individuais lamentáveis (Ramon e Leo Gago, por exemplo), além da pressão e das vaias (justas) da torcida. O quadro era negro para os anfitriões. E vermelho de felicidade para os visitantes…

O relógio corre… 15 minutos de intervalo… E novo jogo entra em cena.

Celso Roth cobrou. Chamou o time para o renascimento. E fez a aposta da noite: Jefferson no lugar de Leo Gago. Titular ano passado, Jefferson fez ótimas partidas no Carioca-2009 e na Copa do Brasil. Depois, uma lesão o atormentou e só hoje parece ter voltado de vez. Entrou bem demais. Enquanto isso, o Inter voltou frio, gelado, recuado e com uma soberba enorme na barriga. Fossati, impassível.

\"festavas\"Primeiro golpe: gol de Elton, numa bela virada de fora da área, aos cinco minutos. Segundo golpe: Fabiano Ellers, sem tempo de bola e chegando atrasado em todas, faz falta dura em Jefferson e é expulso. Terceiro golpe: Fossati pensa em recompor a defesa e lança Juan. Mas tira Walter, melhor atacante do time. Quarto golpe: Andrezinho, quem mais bem articulava no meio de campo colorado, cansou.

O Vasco crescia. E encurralava o Inter. A torcida também já usava a sua dupla-face. Nada de vaias. Apoio total para o time.

\"eller\"E veio a polêmica da partida. Ernâni, que entrara na vaga de Ramon (mal demais na marcação), avançou e, ao se desequilibrar com Ney no seu encalço, se jogou. Não foi pênalti. Mas Heber Roberto Lopes marcou. Phillippe Coutinho bateu: 2 a 2. E, seis minutos depois, Nilton acertou belo chute e cravou a vitória. O Vasco voltava a ser o time da virada.

Claro que falta muita coisa. O time não é bom, tem carências, mas pode render mais e subir na tabela. Com Celso Roth mantendo a tomada ligada o tempo inteiro, as chances são boas. Ainda mais com o torcedor em paz e apoiando. Quanto ao Inter, não tem o menor cabimento marcar apenas três pontos após quatro rodadas. Com o time e elenco que tem, os gaúchos merecem algo mais. Talvez precisem ser mais regulares e menos acomodados. Algo que Fossatti não consegue transmitir para dentro de campo.

No jogo dupla-face, ganhou quem soube mudar de cara na hora certa.

Fonte: Blog de Lédio Carmona