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Opinão: "Ruim com empate, pior sem ele"

\"InternacionalMesmo decepcionando os que esperavam um massacre do Inter, mesmo com o Vasco sendo muito superior aos donos da casa no primeiro tempo e um pouco melhor no segundo, mesmo tendo criado várias jogadas e tendo finalizado muito mais que o melhor time do continente, não tem jeito: a derrota para o colorado por 1 a 0 foi de fazer ter saudades dos empates que tanto reclamávamos.

No primeiro tempo, só deu Vasco. Marcando em cima no meio de campo e partindo com velocidade para o ataque, conseguimos criar várias oportunidades de gol. Zé Roberto, Éder Luis, Nilton, Fellipe Bastos, Fagner, Rafael Carioca. Todo mundo chutou, mas ou os chutes paravam no Renan – o melhor jogador da partida – ou iam para qualquer direção que não as redes. O Inter tentava fazer alguma coisa, mas apenas D’Alessandro conseguia criar algum perigo, mesmo assim sem dar trabalho para Fernando Prass.

O segundo tempo veio e nem tivemos tempo para voltar a pressionar. O Inter marcou logo aos dois minutos, com Edu entrando livre para escorar um cruzamento do D’Alessandro. Depois disso, o que vimos foi o Colorado cozinhar o jogo e conseguir diminuir o ímpeto ofensivo do Vasco. As substituições do PC mais uma vez não deram certo e o time não chegava mais com perigo ao gol adversário. Ainda tivemos uma chance clara com Jonathan, mas o garoto isolou a bola. O jogo foi até o fim sem maiores emoções.

A invencibilidade do Vasco se foi, perdemos três posições na tabela e o G4 está ainda a sete pontos de distância. A apresentação convincente que falei no post anterior veio, mas pelo visto, a confiança da torcida está definitivamente abalada. Mesmo os que diziam que uma derrota para o Inter poderia ser boa pro time (algo incompreensível pra mim) acham que, agora, as coisas desandaram de vez. Talvez, se viéssemos de Porto Alegre com mais um pontinho e uma posição a mais, as reclamações fossem menores. A questão é que o Vasco mostrou que pode jogar em igualdade com qualquer time, mas não conseguirá ir muito longe sem um ataque que faça gols (vale lembrar que temos hoje o pior ataque do campeonato). Perdemos a primeira dessa sequência de três jogos fora de casa. Se não vencermos o Botafogo e o Guarani, praticamente nos despediremos da vaga na Libertadores e, pior, voltaremos a ter que nos preocupar com a zona de rebaixamento.




A teoria dos que torciam para o Vasco perder logo reza que, finda a invencibilidade, o PC não teria mais motivos para armar o time tão defensivamente. A questão é que o time, mesmo jogando com três volantes, não tem sido defensivo. Contra Avaí e Inter, por exemplo, finalizamos muito mais que nossos adversários. Duas são as questões agora.

Primeira: digamos que, voltando Felipe e Carlos Alberto ao time, o PC realmente resolva escalar dois armadores e apenas dois volantes no meio de campo. Será que isso vai resolver nosso problema de falta de gols? As chances estão sendo criadas mesmo sem eles e sem um segundo meia ofensivo em campo. Se o que torna nosso ataque tão ineficiente é a falta de pontaria, não seria mais efetivo colocar esses jogadores pra treinar chutes a gol exaustivamente?

Segunda: e se com três volantes volta e meia levamos gols bobos – como aconteceu contra Flu, Cruzeiro, Galo, Avaí e Inter – as coisas não podem ficar ainda mais complicadas com apenas dois volantes no meio de campo? Ou será que o PC vai conseguir fazer com que Felipe ou Carlos Alberto ajudem de forma efetiva na marcação?

Esses são problemas que cabem ao treinador resolver. E se o PC ainda pretende fazer algo além de bater o recorde de rodadas invicto no Brasileiro, ele deve resolvê-las o mais rápido possível.




Uma dúvida sobre o jogo: porque o Guiñazu pode dar carrinhos a cada dois minutos sem levar cartão e o Fellipe Bastos levou um amarelo porque um jogador do Inter tropeçou nas suas pernas?

Fonte: Blog da Fuzarca - JC Barbosa