Futebol

Opinão: "Quem não faz..."

\"ramon\"O Vasco pressionou o Avaí quase o jogo todo. Criou jogadas, finalizou muito e teve várias chances claras de gol. Não adiantou nada. No fim das contas, a marca que conseguimos foi a de empatar – como não poderia deixar de ser – com o Palmeiras na condição de time com mais empates do Campeonato Brasileiro. Esse 1 a 1 com o time catarinense foi a 11ª igualdade em 21 partidas.

O time estava jogando bem, marcando em cima, não dando espaços para o Avaí e tentando superar a completa retranca armada pelo delegado. Abrimos o placar com Ramon e continuamos no mesmo ritmo por três minutos. Foi quando veio o momento crucial da partida: pênalti pro Vasco, Rafael Coelho – que há anos não joga uma partida – cobra mal e perdemos a chance de ampliar. Foi sutil, mas esse momento não fui crucial apenas porque deixamos de marcar o segundo gol. Foi depois desse lance que o Avaí, mesmo se mantendo fechado, começou a criar chances de perigo (foram duas claríssimas antes do fim do primeiro tempo). O Vasco continuou atacando, mas não marcava mais com a mesma precisão. Até a penalidade desperdiçada pelo Coelho, o Vasco conseguiu impedir os contra-ataques adversários.

Vendo uma chance incrível de ampliar indo pro ralo, o time se afundou no nervosismo. Voltou para o segundo tempo assim. Manteve o Avaí acuado, mas cedeu muitos espaços para o contra-golpe. Mesmo depois de perder um jogador, as poucas chances criadas pelo adversário eram mais perigosas que as nossas. Enquanto isso, o Vasco ou errava o passe decisivo, ou chegava na área e não sabia o que fazer com a bola ou simplesmente perdia gols por finalizar mal (sem esquecer da excelente atuação do goleiro Renan).

Aí, funcionou a velha máxima: quem não faz, leva. Numa saída de bola errada, todo o sistema defensivo deu pane. Rafael Carioca tocou mal, Nilton deixou a bola passar sem esticar o pé, Leandro Bonfim pega a bola livre e toca para o atacante. Dedé não conseguiu impedir o primeiro chute, Fernando Prass dá o rebote “à la Tiago” pra frente da área e o atacante Caio encontra o gol aberto, com Jumar perdendo para ele na corrida.

Ainda tinha tempo de sobra para o desempate. Mas se em vantagem no placar o time já parecia nervoso, com o empate tudo piorou. O time se lançou ao ataque no desespero, errou vários passes, todo mundo tentava chutar de onde desse e exerceu uma pressão nada efetiva. E, pior, cedeu ainda mais espaços para o Avaí, que aproveitava as bolas desperdiçadas pelo Vasco e encontrava seus homens de frente quase sempre no mano-a-mano com nossos defensores. E numa dessas bem que poderíamos ter pago um mico ainda maior perdendo a partida. Por sorte, quando o Avaí conseguiu marcar seu segundo gol, o atacante estava em impedimento.

O jogo acabou mesmo em empate, o quarto em São Januário pelo Brasileiro, o terceiro seguido em casa. Mais uma vez deixamos de nos aproximar do G4, o descrédito no time cresceu ainda mais e outra vez ficou evidente a necessidade desesperadora que o elenco tem de alguém que saiba colocar a bola na rede. Se tivessemos aproveitado metade das oportunidades criadas, teríamos resolvido a partida no começo, dado um sapeca doído no Avaí e o time não teria mais um apagão por conta da ansiedade.

Aí vem aquela história de “recuperar os pontos perdidos em casa ganhando jogos fora“. Pode até ser que o Vasco surpreenda a todos e vença o Inter no Beira-Rio. Mas jogando dessa forma, quem é que apostaria um dinheiro nisso?

E depois do Colorado ainda tem Botafogo e Guarani fora e na sequência o Santos na Colina. Se o time não encontrar o caminho do gol, as coisas vão ficar bem complicadas.

Fonte: Blog da Fuzarca - JC Barbosa