Futebol

Opinão: "Nem o Barça escapa"

A se julgar pelas críticas da torcida diante da vitória por 1 a 0 sobre o Coritiba, a impressão que temos é de que enfrentamos um clube da quarta divisão croata, não um finalista da Copa do Brasil. O time que bateu o recorde de vitórias consecutivas e que já marcou 83 gols na temporada, subitamente se tornou uma equipe que, para não ser goleada, precisa ter um adversário muito incompetente.

Como falei no Blog da Fuzarca, o que realmente me incomodou no jogo foi a atitude do time, não tanto seu desempenho (que fique claro que eu também acho que o time poderia jogar mais, apenas discordo dos que dizem que o Vasco foi péssimo). O Coxa entrou a 100 por hora e o Vasco lá, engatando uma primeira marcha. Uma das provas de que o time poderia ter feito mais? O começo do segundo tempo, quando entrou na pressão e marcou um gol em pouco tempo. Quando relaxamos de novo, mais uma vez fomos pressionados.

Mas daí a dizer que o time jogou mal vai uma diferença. E exigir que o Vasco dê um passeio em um time que tem uma base que joga junto há mais de um ano é falta de noção. Isso, em qualquer jogo. Numa final de campeonato, então, beira ao absurdo. A torcida parece simplesmente não conseguir ver o que é falha do Vasco e o que é mérito dos adversários nas partidas. Nem tudo de errado que acontece é porque o time é fraco ou o técnico é burro. Do outro lado tem onze outros caras fazendo o máximo para atrapalhar o que foi planejado.

O Coritiba veio ao Rio com uma proposta de jogo e a cumpriu talvez até melhor que o esperado. Com um pouco mais de sorte, eles poderiam ter levado um resultado melhor para o jogo da volta. Não conseguiram porque o Vasco fez algo que deu certo e só isso já seria motivo para ninguém classificar a partida como \"horrível\".

Do jeito que alguns torcedores falam, parece que nenhum time que jogue contra o Vasco tem qualidade e só não massacramos todos eles porque jogamos mal. Nessa toada, se jogarmos com o Barça e perdermos vão falar que a culpa é toda do jogador X ou do Ricardo Gomes.

Para quem ainda se interessar, as atuações do jogo de quarta...

Fernando Prass - voltou a passar a segurança que o time precisa no momento maos decisivo da competição. Fez pelo menos duas grandes defesas e foi bem até nas bolas alçadas à área.

Allan - errou passes demais, deixou da acompanhar vários lances pela sua lateral e não acertou quase nada no apoio. Em compensação, quando acertou, foi decisivo: cruzou ma medida para o cabeceio do Alecsandro na jogada do gol.

Dedé - firme como sempre, ganhou quase todos os lances contra os atacantes alviverdes.

Anderson Martins - começou o jogo nervoso e em alguns momentos desligado do jogo, errando passes perigosos próximo à área. No combate direito e nas bolas aéreas foi bem e quando deixou a tensão de lado, ajudou nas saídas de bola.

Márcio Careca - no apoio foi uma nulidade e no segundo tempo deitaram e rolaram pela sua lateral.

Eduardo Costa - no combate foi praticamente perfeito, roubando várias bolas sem precisar cometer muitas faltas. Com sua experiência ajudou a tranquilizar a saída de bola do time. O único senão foi a quantidade de passes errados, alguns bastante perigosos.

Romulo - menos eficiente que Eduardo Costa no combate e errando mais passes, foi outro dos garotos que pareceu sentir o peso da decisão. Taticamente foi correto, se posicionando bem e ajudando a fechar os espaços no meio.

Felipe - o mais lúcido em campo. Articulou a maioria das jogadas do time, arriscando dribles e dando bons passes. Sofreu forte marcação e precisou buscar o jogo quase no nosso campo, por isso acabou cansando. Deu lugar ao Fellipe Bastos, que entrou para reforçar a marcação pelo meio. Se fez algo, foi só isso mesmo, já que não conseguiu ajudar o time a ter mais posse de bola.

Diego Souza - Com uma participação discreta, não repetiu a atuação que teve contra o Avaí. Tentou dar algumas arrancadas e jogadas individuais, sem muito sucesso. Perdeu um gol feito após Felipe tê-lo deixado na cara do goleiro, mas para compensar, participou da jogada do gol.

Bernardo - mais uma vez não justificou sua entrada como titular. Nas poucas vezes que poderia ter ajudado o time, tentou suas conhecidas jogadas individuais que não dão em nada.

Alecsandro - praticamente sozinho no ataque, penou para receber bolas e das poucas que chegaram até seus pés, nenhuma foi daquelas para finalizar. Se com os pés ele não teve chances, Alecsandro resolveu com a cabeça, mandando a bola pro fundo da rede após cruzamento do Allan. Numa substituição incompreensível, deu lugar ao Elton, que entrou no meio da pressão final do Coritiba e mal teve oportunidades de encostar na bola.

Fonte: Blog os 4 grandes