Futebol

O explosivo x o calmo

Um é carioca, fala baixo e pouco, e é calmo até demais. O outro é gaúcho, verborrágico e explosivo. Mesmo tão diferentes, o técnico rubro-negro Waldemar de Oliveira e o vascaíno Renato Gaúcho têm, pelo menos, alguma coisa em comum: ambos precisam muito da vitória de seus times para manter seus empregos.

Waldemar jogou nas divisões de base do Vasco, onde parou aos 18 anos por falta de oportunidade. Renato brilhou com a camisa 7 rubro-negra e tornou-se ídolo da galera. Em lados opostos, mas em situação parecida, os dois pedem ajuda de suas respectivas torcidas para buscar a vitória, no clássico de maior rivalidade estadual.

Os dois já aprenderam que uma vitória sobre o arqui-rival tem quase o peso de um título. \"Vencer o Flamengo vai representar a salvação da lavoura\", acha Renato. \"Derrotar o Vasco pode valer mais do que três pontos\", entende Waldemar.

Em Realengo, onde cresceu, Dema, como Waldemar é conhecido, adora jogar suas peladas com os amigos de infância. A mãe, Dona Santinha, reza sempre para que os filhos, Waldemar e o também técnico Oswaldo de Oliveira, não sejam chamados de burro pela torcida. Renato pede o mesmo.

\"Fico muito triste com essa manifestação, tão comum no futebol. Mas entendo e aceito sem problemas\", diz Waldemar. Renato jura que não liga. \"A gente tem de agir com a cabeça, e a torcida, com o coração\", entende o técnico vascaíno.

No difícil jogo de hoje, ambos esperam apenas ouvir gritos de incentivo e apoio ao time, mas sabem que apenas um poderá agradar sua torcida. \"Quero a vitória a todo custo, e vamos lutar por ela até o fim\", avisa Waldemar. \"É um clássico em que tudo pode acontecer\", espera Renato. Até mesmo os dois serem chamados de burro.

Fonte: O Dia