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O dia seguinte de dois personagens

Dorival Júnior foi o grande condutor, Carlos Alberto, a estrela do time, mas o jogo contra o Juventude, que garantiu a volta do Vasco à Primeira Divisão, teve outros dois personagens. Um deles foi o atacante Adriano, que ganhou a condição de titular, fez o primeiro gol, a jogada do segundo e espera ter conquistado um espaço no Vasco de 2010. O outro foi o zagueiro Fernando, que foi às lágrimas durante a comemoração pelo acesso.

No discurso dos dois, havia espaços para planos para o futuro. No entanto, a conquista do título da Série B do Campeonato Brasileiro, que pode ser garantido amanhã, em Campina Grande, era colocada em primeiro plano. Para ser campeão, o Vasco precisa vencer o Campinense e torcer para que o Guarani não vença o Ipatinga e para que o Ceará perca para o Atlético-GO.

— Vivi momentos muito especiais. O gol foi o maior deles. Passou um filme de tudo o que já vivi na carreira e chegou a arrepiar ver o Maracanã lotado com a torcida fazendo festa. Nem sabia como comemorar. Saí correndo para todos os lados. Agradeço também ao Élton pela mãozinha — afirmou Adriano, brincando, referindo-se ao passe de mão o atacante.

Fernando, por sua vez, vive no Vasco uma trajetória peculiar. Formado na Gávea, aos poucos vai conquistando identificação com o novo clube. Algo que antes poderia parecer impensável não só pela origem, mas também por ter participado da campanha do rebaixamento em 2008. Ontem, em São Januário, o zagueiro disse que as lágrimas após a partida foram um desabafo após quase um ano de incerteza.

— Tinha uma carga emocional forte envolvendo o jogo, envolvendo todo o ano do Vasco. O slogan “o sentimento não pode parar” é perfeito. Tudo isso aflorou após a partida e desabafei — disse Fernando, antes de falar sobre a sua relação com o Vasco. — O segredo é ser profissional e ser honesto. Lealdade é fundamental na vida e sou transparente em todos os meus sentimentos. Não faço nada pensando em alguma vantagem que posso tirar mais à frente. Faço o que acho certo. Sou o mesmo com o Roberto Dinamite e com o cara da portaria do clube.

Fonte: O Globo