Futebol

Números do Vasco rechaçam dependêcia de Felipe e Juninho

Um tem a visão de jogo e a precisão do passe como poucos jogadores em atividade no Brasil. O outro, a liderança e o poder de decisão da bola parada.

Entre eles, não há um fora de série, mas, pela experiência e qualidade técnica, seriam peças preciosas em qualquer elenco do país. Felipe e Juninho Pernambucano têm para o Vasco a importância de cérebro e coração para o corpo humano, com uma diferença: sem eles, o time não tem perdido a vitalidade. O jogo de amanhã, contra o Grêmio, será o sétimo no Campeonato Brasileiro em que ambos não estarão em campo, mas os bons resultados, elixir do bem-estar no futebol, mostram que o Vasco não costuma se sentir carente de seus ídolos.

— O Felipe é o cara que melhor enxerga o jogo no Brasil.

O Juninho chuta de fora como ninguém. Eles sabem a hora de acelerar o ritmo, mas quem entrou sempre deu conta. Se não tivéssemos peças de reposição, seria problemático. Não é o nosso caso — avalia Éder Luís, para quem as ausências não prejudicam seu estilo veloz e de profundidade: — Talvez façam mais falta para o Diego, que tem atuado mais avançado, ou para o Élton.

No início do Brasileiro, quando disputava paralelamente a Copa do Brasil, o Vasco não teve Felipe e Juninho nas quatro primeiras rodadas.

Com um time misto, venceu Ceará e América-MG. Somente com reservas, foi goleado pelo Coritiba, e depois empatou com o Figueirense, no jogo da entrega das faixas e da apresentação de Juninho. Desde então, voltou a atuar sem ambos somente na décima primeira rodada, quando venceu o Atlético-MG, em Ipatinga, e no fim de semana passado, em novo empate com o Figueirense.

Para outro veterano do elenco, o retrospecto de três vitórias, dois empates e uma derrota é o melhor argumento contra quem questiona a capacidade coletiva do Vasco sem suas principais referências em campo.

— Com certeza eles fazem falta, mas os resultados dizem tudo, a gente vive disso — diz o volante Eduardo Costa. — Eles têm atuado como terceiros volantes, têm experiência e qualidade, mas o o Vasco está bem servido nesse setor.

Uma vaga para dois No meio, além de Eduardo Costa e Jumar, volantes mais rodados, o Vasco tem Rômulo — convocado por Mano Menezes para o primeiro jogo da Copa Rocca com a Argentina —, Allan, campeão mundial sub-20, e Fellipe Bastos. Ontem, o técnico Cristóvão Borges escalou Jumar na lateral esquerda e armou o meio com Eduardo, Allan, Fellipe Bastos e Diego Souza. Como Rômulo tem volta garantida — assim como Dedé, na zaga — Allan e Fellipe Bastos disputam uma vaga. Seja quem for o escolhido, a solidez é uma virtude inerente ao estilo da equipe.

— Hoje temos nossa maneira de jogar, mais segura — afirma Éder Luís. — Aqui não tem fenômeno, mas jogadores que \"deram liga\". Com as duas linhas de atacantes e defensores próximas, roubamos mais bolas e temos mais opções.

Eduardo Costa admitiu que no sábado terá pela frente um adversário especial. Ele começou no Grêmio, que ontem fez completou 108 anos.

— É parabéns por hoje (ontem), porque no sábado é lenha! — brincou.

O técnico Ricardo Gomes segue em recuperação e pode ter alta em sete dias. Caso se confirme, independentemente do resultado amanhã, a semana será de festa.

(Matéria reproduzida diretamente da versão papel do Jornal O Globo)

Fonte: Jornal O Globo