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Novo presidente da AG quer eleição de 2023 sem ação judicial

"Vasco realiza eleição sem nenhuma ação judicial".

Este é a manchete que Otto Carvalho sonha ler na mídia após a conclusão das eleições presidenciais de 2023 do Vasco, que passaram a ser sua responsabilidade desde a última sexta-feira, quando foi empossado como novo presidente da Assembleia Geral do clube.

Ao suceder oficialmente Faues Cherene Jassus, o Mussa, durante sessão solene realizada na Sede Naútica da Lagoa, no último dia 22, Otto afirmou que seu maior desafio para o triênio 2021/2022/2023 será conduzir um processo eleitoral de forma ordeira, pacífica e limpa.

- Espero que a grande notícia de 2023 seja assim: “Vasco realiza eleição sem nenhuma ação judicial”. Estamos desde 2004, da primeira do Eurico Miranda contra Roberto Dinamite. É dali que vem todos os processos judicializados. Urna 7, HD apreendido... Isso só mancha o clube, é uma demonstração negativa. Isso tem de mudar. Quero ter uma lista sem nenhuma contestação de ninguém, de nenhum poder. Se conseguir isso, dá para se sentir um vitorioso - afirmou Otto.

E uma das prioridades de Otto é atacar a questão do recadastramento. A lista de associados foi um grande problema do Vasco no último processo eleitoral, um dos mais turbulentos da história do clube e que, por conta de uma ação de apoiadores de Leven Siano junto ao Superior Tribunal Federal (STF), ainda não foi totalmente finalizado (leia mais sobre o tema na parte final da reportagem).

- Um dos projetos da Mais Vasco, em termos de administração do clube, é definitivamente resolver o problema do cadastro de sócios. Por exemplo, nesta última eleição, quando o Mussa solicitou ao Campello, recebeu uma lista com 108 mil nomes. Isso de sócios estatutários. Não tem como. Temos de resolver isso, algo que não depende da presidência da Assembleia Geral - entendeu Otto.

Devido a possível conflitos que a reforma estatutária pode causar, o novo presidente do Conselho Deliberativo convocou nova sessão solene para esta segunda-feira a fim de empossar definitivamente Jorge Salgado. Explica-se: o artigo 76, parágrafo 1º, determina que o novo presidente da Diretoria Administrativa (Salgado) e dos vice-presidentes sejam empossados ao longo da segunda quinzena de janeiro.

Desta forma, novamente em sessão híbrida (presencial e on-line), Salgado e seus vices serão empossados na Sede Náutica da Lagoa, com primeira convocação para 19h, e a segunda para 19h30. Participarão do evento não apenas membros do Conselho Deliberativo, mas também convidados que serão convocados pela secretaria do clube.

Confira outros tópicos da entrevista com Otto:

Mais sobre a questão do recadastramento

- Agora, foi tema de um papo meu e do Salgado. Quando ele me fez o convite. É uma vontade política dele, cabe a mim cobrar. E isso não é para o último ano, o da eleição. É um projeto imediato. Tem de ser feito e está dentro do plano da direção atualizar o cadastro. Tem de ter transparência total, isso está nos planos, com divulgação mensal de sócios adimplentes.

- Na última eleição, três presidentes de poder, o Monteiro (Deliberativo), Valentim (Fiscal) e Silvio (Beneméritos) colocaram para votar três mil não recadastrados. Isso é um problema. O estatuto diz que você pode fazer o recadastramento de cinco em cinco anos. O último foi feito em 2018, mas o recadastramento é sempre diário. Se o sócio muda o telefone ou o endereço, cabe a ele a atualização. Se ele faleceu, a família tem de informar. Tem uma série de coisas que serão feitas.

- É uma vontade política e cabe a mim olhar e cobrar se não for feito. Com toda essa transparência, fica mais fácil para o presidente da Assembleia Geral fazer a convocação da Junta Deliberativa em agosto de 2023 que definirá a eleição presidencial. Para quando se convocar a Junta não ter problema.

Como avalia a atuação do seu antecessor, o Mussa? Ele lhe inspira para a nova função? Deixou algum legado?

- Foi uma pessoa de luta. Incansável, determinado. Isso me inspira, sim, a cobrar a transparência total para todos. Clube, associados, imprensa... Ele foi um guerreiro. Tivemos três poderes juntos, rezando a mesma cartilha: presidente do Conselho Deliberativo, presidente do Conselho Fiscal e presidente do Conselho de Beneméritos. O Campello, muitas vezes isolado. E o Mussa, isolado sempre.

- A vitória dele foi lutar pelas diretas, conseguimos aprovar no Deliberativo por unanimidade. E na AGE (que validou as eleições diretas), que todo mundo dizia que não valeu, tive participação grande. No Conselho Fiscal (Otto era um dos membros do Conselho Fiscal), tivemos uma luta lá e tivemos que fazer duas atas. Sempre respaldei ele. A inspiração é essa: determinação para chegar ao objetivo de não ter nenhuma ação judicial na próxima eleição.

Acredita que a eleição virtual será uma realidade no próximo pleito e sem contestação?

- O mundo virtual é uma realidade. A pandemia provou isso. Vemos em lojas, empresas... o mundo online está aí. Não se pode pensar diferente. O Vasco já realizou uma eleição virtual por conta de lei. A Lei Pelé e a lei agora do governo, que autorizou. Isso é uma realidade. Vamos ter de adequar ao estatuto, que é uma meta da administração também. Isso vai estar na pauta, uma eleição virtual.

- Não se pode não dar essa oportunidade ao sócio. O Vasco é um clube nacional, tem torcedores por todos os estados, é um dos com mais torcida. A gente pretende que o sócio estatutário tenha voz, o Salgado pretende ter o maior quadro eleitoral. Então, não tem como não pensar nisso. Vai ser uma bandeira do novo estatuto.

- A primeira reunião do atual Conselho já foi assim. O estatuto tem de ser adequado ao século 21. Perdemos muito por luta política. A união com interesse pelo Vasco, com as chapas Mais Vasco e Sempre Vasco, é agora. A minoria, claro, vai fiscalizar, mas acho que alcançaremos dois terços dos votos para fazermos as mudanças.

Fonte: ge