Nova liga deve iniciar em 2023; clubes aguardam proposta
Em junho, sem muitos rodeios, a CBF recebeu um documento assinado pelos presidentes de 19 dos 20 clubes que naquela data jogavam a Série A. Eles informavam que estavam se estruturando para a criação de uma liga, cujo objetivo principal seria organizar um campeonato em substituição ao Brasileiro. De lá pra cá, muita água rolou por baixo dessa ponte, inclusive brigas entre os dirigentes, o que esfriou as negociações e quase sepultou o projeto. Mas o núcleo-duro que elaborou a ideia não desistiu e reorganizou os clubes. Eles apararam arestas, reforçaram a intenção de criar a liga e agora aguardam a apresentação de propostas para que ela já comece em 2023.
O próximo movimento para a criação da liga é a análise, pelos presidentes de clubes, da proposta que será apresentada pela Codajas Sports Kapital, representada por Flavio Zveiter, Ricardo Fort e Lawrence Magrath. O trio já fez uma pré-proposta em que se comprometeu a investir 1 bilhão de dólares no projeto (cerca de R$ 5,7 bilhões): comprariam 25% da Liga e se vinculariam a ela por 75 anos. O dinheiro é de uma empresa dos Estados Unidos, a Advent International.
Entretanto, foi dado o prazo de 60 dias, que está prestes a expirar, para que a Codajas faça uma proposta definitiva. O planejamento da empresa é que a apresentação seja feita até o dia 15.
Representantes da companhia planejam visitar os dirigentes para explicar os detalhes da oferta pessoalmente. Dos 20 clubes da primeira divisão, 16 já assinaram o pré-acordo com a Codajas — que é não vinculante, ou seja, pode ser desfeito sem problemas. Apenas América-MG, Athletico-PR, Sport e Juventude não concordaram com a minuta da proposta inicial.
De acordo com uma pessoa ligada à elaboração da oferta, um banco foi contratado para calcular o real valor de mercado da liga. A Codajas acredita que o montante que a Advent está disposta a aplicar não chega a ser o suficiente para comprar 25% da nova organização. Além disso, o vínculo proposto está sendo reconsiderado e não deve ser mais de 75 anos, e sim mais curto.
Outro ponto que ainda é discutido pela Codajas é quanto cada clube irá receber. Já é certo que a quantia repassada a eles não será igualitária. Um ranking está sendo elaborado pela empresa, o qual leva em consideração diversos fatores, como o desempenho dos clubes no Campeonato Brasileiro, tanto na era dos pontos corridos quanto no mata-mata; o tamanho das torcidas; a capacidade dos clubes em levar esses fãs aos estádios; e o volume de vendas de pay per view.
A proposta da Codajas será estendida aos integrantes da Série B do Brasileirão. Ela ainda prevê uma fatia do valor para o fomento ao futebol feminino.
Apesar da Codajas estar mais avançada na negociação, ela não é a única empresa interessada em adquirir uma liga do Brasil. Há pelo menos outras três companhias, uma americana e duas britânicas, sendo uma delas com capital árabe, que consultaram e mantêm conversas com os
Fonte: - O Globo Online