Nomes antigos da política vascaína mostram habilidade para as eleições

Em pouquíssimo tempo, Antônio Soares Calçada chegou a ser esperado como novo apoiador de Roberto Monteiro para somar forças contra Eurico Miranda. Na véspera da quarta-feira, quando se esperava a realização da eleição, circulava pelos bastidores, porém, de que o voto do presidente de honra do Vasco estava com seu ex-vice de futebol Eurico. Dias antes, em almoço na Quinta da Boa Vista, ao lado de Edmundo e Julio Brant, ele disse para o jovem executivo:

- Pode contar comigo.

Aos 90 anos, Calçada ainda tem um peso considerável nas eleições do clube. Não só ele, como outros experientes agentes de São Januário, blefam, acenam com aproximações, mas aguardam até o último instante para manifestar seu lado e declarar seu apoio. Mesmo que somente nos bastidores, eles ainda tentam dar as cartas e influenciar a política do clube.

Olavo Monteiro de Carvalho, presidente da Assembleia Geral, chegou a se aproximar de Roberto Monteiro antes do lançamento de Julio Brant à presidência - ele acreditava que não havia tempo hábil para o crescimento de um novo candidato tão perto das eleições. José Carlos Osório, grande benemérito e ex-presidente do Conselho Deliberativo, também se aproximou do ex-vereador - que chegou a considerar o apoio de Osório em divulgação de campanha para a imprensa e associados -, mas ao mesmo tempo, e junto com o departamento jurídico do Vasco, os dois trabalhavam para o adiamento do pleito e por uma corrida eleitoral que poderia começar quase do zero.

Nessa segunda, Antônio Soares Calçada não abriu seu voto. Questionado pela Rádio Brasil se tinha candidato e se apoiava alguém, ele disse que queria "o melhor para o Vasco". Para o ex-presidente, a melhor solução para o momento é a manutenção de Dinamite, ao contrário do que pensam Eurico e Monteiro.

- Prefiro não me manifestar agora, vou a reunião do Conselho Deliberativo e vou ver, fica para novembro mesmo. Eu sou a favor que o Roberto continue por mais três meses. Não adianta mudar nada, acredito que o Conselho Deliberativo mantenha isso, pelo menos essa é minha opinião - disse ele, em entrevista para a Rádio Brasil.

Coletiva de poderes sem Eurico

Esta terça-feira será decisiva para mostrar quem tem mais influência e consegue levar mais gente para a votação da quarta-feira. Telefonemas, agrados e promessas estão saindo dos dois blocos: o de Eurico e Monteiro, que defendem uma junta administrativa e, primordialmente, a saída de Dinamite e Olavo, e do restante dos candidatos e grupos políticos, que esperam pela prorrogação de mandato dos atuais presidentes de poderes do clube.

À tarde, Dinamite, Olavo, Helio Donin e Abílio Borges participam de entrevista coletiva em São Januário. Os presidentes da diretoria administrativa, da Assembleia Geral, do Conselho Fiscal e do Conselho de Beneméritos não chamaram para o encontro Eurico Miranda, presidente do Conselho de Beneméritos.