No São Paulo, Fernando Diniz defendeu permanência de Alexandre Pássaro
Difícil dizer o que mais surpreendeu os vascaínos: o pedido de demissão do técnico Lisca, ou a contratação de Fernando Diniz, demitido do Santos no domingo.
Ainda mais, com este acerto saindo após a frustrada sondagem a Guto Ferreira, dispensado pelo Ceará há onze dias.
De qualquer forma, há um personagem a unir as duas pontas: Alexandre Pássaro.
O diretor de futebol, a quem o presidente do Vasco entregou a missão de planejar e executar o plano de voo da volta à Série A.
O Vasco sempre foi um clube de difícil gestão, e Pássaro sofre na carne os horrores do cargo para o qual não estava pronto para assumir.
E a dificuldade não se dá só pelo tamanho de sua dívida ou por causa das limitações que ela impõe.
Mas pela complexa natureza política que já o fazia sangrar na época em que era dividido por seguidores de Antônio Soares Calçada e adoradores de Eurico.
De um lado, o representante da colônia portuguesa, do outro o jovem diretor que, à época, impediu que o ídolo Roberto viesse do Barcelona para a Gávea.
Hoje, quando se fala do bom trabalho de Rodrigo Caetano na remontagem do departamento de futebol entre 2009 e 2011 é bom lembrar que ele não estava só.
Por trás daquele gestor contratado após a bem-sucedida experiência no Grêmio, havia um vice-presidente de futebol (Hamilton Mandarino) a protegê-lo.
E também, a empurrá-lo, uma torcida ainda incrédula com o rebaixamento de um gigante quatro vezes campeão brasileiro.
Caetano já havia idealizado a reconstrução do time gaúcho - da difícil campanha da Série B de 2005 ao vice da Libertadores em 2007.
Chegava, portanto, com tamanho para pôr fim no pesadelo da torcida.
O que não é o caso do jovem advogado que Jorge Salgado promoveu a todo poderoso.
A torcida exige resultados imediatos e Pássaro, além de não os entregar, também não se ajuda.
É visto pelos funcionários como um homem arrogante, e tido por beneméritos e colaboradores como um profissional despreparado para o cargo.
Lisca sucumbiu em meio a um comando ilegítimo.
Se decepcionou com a demora na contratação de reforços, e não gostou de saber que a direção planejava a contratação de um coordenador.
Guto Ferreira, que não é louco, escorou-se na desculpa de que precisava de férias e sequer abrir negociação para ocupar o cargo.
E Fernando Diniz, que defendeu a permanência de Pássaro no São Paulo em meio à pressão por sua demissão, aceitou ser tratado como a segunda opção.
Tentará um novo voo nas asas do gestor.
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