Futebol

No passado, Vasco não levava suas maiores promessas para Copa SP

Uma legítima \"quarentona\" (a primeira edição foi disputada em 1969, há 43 anos), a Copa São Paulo de Futebol Júnior continua revelando talentos.

Os dois garotos destaques do futebol brasileiro atualmente, e que foram fundamentais na classificação da seleção brasileira para os Jogos Olímpicos de Londres, disputaram a competição: Neymar, com 15 anos, atuou em 2008 e Lucas, que ainda era chamado de Marcelinho, foi campeão em 2010. Eles se juntam a nomes como de Falcão, Toninho Cerezo, Raí, Dener, Casagrande e Kaká, que jogaram o torneio criado originalmente, em 1969, para comemorar o aniversário da cidade de São Paulo.

Em 10 de janeiro de 2008, Neymar entrou em campo na vitória do Santos de 5 a 1 sobre o Barra do Garças, do Mato Grosso, em sua primeira partida televisionada. Tinha 15 anos, o mais novo a jogar aquele torneio (que ainda era sub 20) e deu sua primeira entrevista. Ele marcou gol no confronto seguinte, contra o Nacional-SP (de pênalti), mas os santistas acabaram eliminados nas quartas de final, perdendo nos pênaltis para o Internacional de Porto Alegre.

“O frio na barriga quando o jogo passa na TV é maior”, disse o garoto no dia da estreia. Naquele dia, Paulo Henrique Ganso foi titular e, curiosamente, Neymar o substituiu. Em 2009, ele fez três gols na Copa São Paulo (Santos caiu nas oitavas), e dois meses depois estava na equipe principal, quando estreou em jogo do Paulista contra o Oeste de Itápolis.

Em 2010 foi a vez de Lucas debutar na Copa São Paulo. O parceiro de Neymar no sul-americano sub 20 de 2011 jogava com o apelido de Marcelinho, por sua semelhança com ex-meia do Corinthians. O apelido foi dado quando o atacante atuou no Parque São Jorge, até os 13 anos, quando foi para o São Paulo.

Com 17 anos, “Lucas Marcelinho” fez somente dois gols na competição, e o artilheiro foi seu xará, Lucas Gaúcho, que não vingou na equipe profissional e já foi emprestado para alguns clubes. Em agosto de 2010, Sérgio Baresi promoveu Marcelinho ao time profissional, mas a diretoria sugeriu e ele acatou: deixou de lado o apelido que o ligava ao rival e adotou o nome de batismo, Lucas.

Neymar e Lucas seguem linhagens de bons jogadores que passaram pela Copa São Paulo, que em 1969 teve apenas quatro times na disputa, mas foi se tornando o torneio que dá início à temporada brasileira e tem a participação dos grandes times do país (e, nos últimos anos, de equipes de quase todos os estados brasileiros). Em 1972, por exemplo, Falcão, pelo Inter, e Toninho Cerezo (com 15 anos), pelo Atlético-MG, desfilaram por São Paulo o que mostrariam, juntos, na Copa do Mundo de 1982.

Na zaga, destaques para Polozzi, que atuou pela Ponte Preta, Edinho, que jogou pelo Fluminense em 1973, e Lúcio, campeão com o Inter em 1998. Em 1990, Júnior Baiano capitaneava um time do Flamengo todo estrelado: Marcelinho (que depois seria Carioca), Djalminha, Paulo Nunes e Nélio foram campeões dentro do Pacaembu.

Há algumas bizarrices nas Copas São Paulo e dois casos são emblemáticos. Em 2001, Kaká (que ainda era Cacá) foi reserva de Allyson (que não teve sucesso no profissional) na campanha do vice-campeonato - logo após se recuperar de grave acidente automobilístico.

Um mês depois da Copinha, Kaká foi para o time profissional e no final do ano já era convocado para a seleção brasileira. Em 2002, Robinho jogou a Copa São Paulo, como reserva de William (hoje no Avaí). Seis meses depois ele era titular do time principal, ao lado de Diego, e no final do ano era campeão brasileiro dando pedaladas na decisão contra o Corinthians.

Há também aqueles garotos que se tornaram craques e não jogaram a Copinha. Romário e Ronaldo são exemplos. O primeiro despontou novo na equipe do Vasco, que “escondia” suas jóias para evitar assédio de outros clubes. Por isso o Baixinho não foi a São Paulo no início dos anos 80.


Já Ronaldo teve a carreira no profissional iniciada muito novo, com 17 anos, idade que atletas ainda estavam no juvenil. No começo dos anos 90, a Copa São Paulo tinha promessas em campo com 20 anos – anos depois, com essa idade, jogadores já estão integrados à equipe profissional, por isso a idade máxima caiu para 18. Revelado no São Cristóvão, com idade de juvenil o “Fenômeno” já marcava gols entre os gigantes.

Fonte: iG Esportes