Nilton comemora volta e promete garra no final do Brasileiro
Conhecido por sua força física, difícil de ser derrubado, Nilton desabou no gramado ao término da partida contra o AtléticoMG. Um misto de cansaço, cãibras e, principalmente, alívio. No domingo, ele voltou a atuar no meio de campo do Vasco após ficar afastado por mais de um ano devido a duas cirurgias no joelho direito. E para um jogador que ganhou da torcida cruz-maltina o apelido de Guerreiro, dá para entender bem o quanto foi difícil ficar por tanto tempo fora de combate.
Foi tudo muito doloroso, mas a força voltou. O Nilton Guerreiro está de volta disse o jogador, com exclusividade ao LANCE!.
Nilton rompeu o ligamento cruzado do joelho direito em setembro do ano passado. Durante a recuperação, teve um problema no menisco do mesmo joelho e foi submetido a uma nova cirurgia, aumentando o tempo fora dos gramados. E, nesse período, viu muitas coisas acontecerem, boas e ruins.
O time começou mal o Carioca.
Foi uma situação bem complicada.
Depois se recuperou e ganhou a Copa do Brasil. O ruim foi ver isso tudo do lado de fora, pela TV ou da arquibancada. Ficava acompanhando e queria estar em campo. Agora quero ajudar no Brasileirão. Por isso fiquei aliviado após o último jogo, passou um filme na minha cabeça descreveu o volante, que acabou ficando sem a medalha de campeão da Copa do Brasil.
Nilton já havia tido uma oportunidade no jogo contra o Aurora (BOL), pela Sul-Americana. Mas atuou fora de sua posição, na zaga, e com time quase todo reserva. Por isso, considera que seu retorno mesmo foi no domingo passado.
Joguei na minha posição e senti o calor da torcida. Estava com saudades. Foi quase uma reestreia e voltei com o pé direito. Fiquei emocionado disse Nilton, que, agora, quer fazer valer outro apelido que ganhou da torcida vascaína, o de Canhão da Colina. No domingo, quase saiu um de falta. Pensei que ia entrar. Mas vou buscar um gol com aquele velho canhão de sempre para a torcida.
Páreo duro por vaga na equipe O volante Nilton não encontrará vida fácil para retornar a sua condição de titular, que carregava antes da série de lesões que o afastou dos gramados.
Atualmente, o Vasco conta com Rômulo, Eduardo Costa, Jumar, Fellipe Bastos, Diego Rosa e Allan para o setor.
Rômulo foi recentemente convocado para a Seleção Brasileira; Eduardo vem sendo o homem de confiança do técnico Cristovão Borges; Jumar virou uma espécie de curinga da equipe; e os três últimos, mais jovens, costumeiramente são aproveitados pelo treinador vascaíno.
No domingo passado, contra o AtléticoMG, Nilton voltou a jogar em sua posição de origem, já que Rômulo e Eduardo Costa estavam machucados e Jumar, suspenso.
Contra o Aurora, na Bolívia, o jogador havia sido improvisado na defesa.
Nilton nem sentiu a lesão
A força física é tamanha que Nilton sequer percebeu que tinha lesionado seriamente o joelho. Durante a partida contra o Guarani, o jogador sentiu dor no local após uma dividida, foi atendido pelos médicos, mas disse que daria para seguir em campo. PC Gusmão, então técnico do time, substituiu-o por precaução. E ele saiu de campo a contragosto e bastante irritado.
Eu fui desarmar um adversário e acabei sentindo uma dor no joelho. Mas não pensei que era nada grave. Tanto é que voltei a campo e, na primeira jogada, fiquei cobrindo um escanteio do nosso time.
Foi quando vi a plaquinha da substituição. O PC me tirou e não gostei (risos). Depois fui saber que era grave a lesão lembrou o volante.
Situação semelhante já havia acontecido nos tempos de Corinthians, em 2007, quando Nilton teve a primeira lesão da carreira. Durante uma partida contra o América de Natal, pelo Brasileirão, ele sofreu uma lesão no mesmo joelho direito, mas continuou em campo até o fim, deu até passe para um gol e foi eleito o melhor em campo.
Quando conto essa história o pessoal não acredita. Perguntam como pode ter acontecido, com ligamento rompido ter sido escolhido o melhor em campo. Mas dei passe para o Finazzi marcar e só senti a lesão depois recordou.
Bate-bola com Nilton:
Como foi voltar ao time após tanto tempo parado?
Fiquei muito feliz por ter uma nova chance. O Cristovão conversou comigo antes, disse que eu seria titular por ter demonstrado que poderia exercer bem minha função e jogar na minha posição, no meio de campo.
Depois do jogo você desabou em campo...
Estava com cãibras já no fim do jogo, cansado. E, é claro, fiquei muito emocionado com meu retorno ao time em São Januário.
E durante o tempo de recuperação, foi difícil acompanhar tudo sem poder entrar em campo?
Eu quero estar em campo sempre. Então, ficar fora, é muito difícil para mim. Ver os companheiros lutando, sem poder fazer nada, foi doloroso. Contei com muito apoio da minha esposa e, pelo menos, consegui ver de perto o nascimento da minha filha, que agora está com seis meses. Isso ajudou, pois estava muito cabisbaixo. Prometi para elas que voltaria bem, fazendo bem meu trabalho. Com a força de sempre.
(Matéria reproduzida diretamente da versão papel do Jornal Lance)
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