Nenê e Germán Cano se encontram pela 1ª vez em lados opostos
O duelo entre Fluminense e Vasco deste sábado, às 17h (de Brasília), no Estádio Nilton Santos, marca o reencontro de dois jogadores experientes com seus ex-clubes: Nenê encara o Tricolor pela primeira vez desde que deixou a equipe, e Germán Cano se depara com o Cruz-Maltino, desta vez como adversário. Porém, a tendência é que o argentino comece no banco para ser poupado junto de outros titulares para a Pré-Libertadores.
Com Cano no Vasco e Nenê no Fluminense, eles já se enfrentaram em três ocasiões. E o meia leva pequena vantagem: venceu uma por 2 a 1, no Campeonato Brasileiro de 2020, e empatou duas vezes em 1 a 1. Por outro lado, só quem fez gol entre eles no confronto foi o atacante, que estufou as redes nos dois empates. Nenê não conseguiu fazer valer a "Lei do Ex" contra o Cruz-Maltino e terá a chance agora diante do Tricolor.
Será também o encontro entre dois amigos, que se conheceram no ano passado e rapidamente se entrosaram dentro e fora de campo. Cano e Nenê são bem diferentes. Enquanto o argentino é tímido, de poucas palavras, o camisa 10 é extrovertido. As diferenças não impediram a amizade. Nenê deixou o Fluminense e voltou ao Vasco em setembro do ano passado. Passou a dividir com o centroavante o protagonismo em São Januário, mas juntos não conseguiram o acesso para a Série A, o que levou o argentino a sair.
Cano assinou com o Vasco em dezembro de 2019. Em dois anos, realizou 101 jogos pela equipe e marcou 43 gols. Ele é o maior artilheiro estrangeiro do clube no século 21 e o segundo maior da história. Com seus gols, criou uma rápida identificação com o torcedor e levantou bandeiras sociais. Mas nem tudo foi positivo. Ele falhou em momentos decisivos, ao desperdiçar cobranças de pênaltis em jogos-chave, tanto na campanha do rebaixamento quanto na fracassada tentativa de acesso.
Apesar dos episódios negativos, o saldo de Cano no Vasco foi positivo. No entanto, com a permanência do Cruz-Maltino na Série B, a renovação ficou distante. O argentino tinha o maior salário do elenco e precisaria aceitar uma readequação financeira para seguir. O clube entendeu também que não valeria fazer este investimento por mais uma temporada com receitas reduzidas. Além disso, há uma dívida de cerca de R$ 3,5 milhões com o artilheiro. As partes conversaram e decidiram colocar um ponto final na relação de maneira amistosa.
No fim de dezembro, o Fluminense ofereceu um contrato de dois anos a Cano, até o fim de 2023. Seguir no Rio de Janeiro, cidade onde já estava adaptado pelos dois anos no Vasco, pesou em favor do Tricolor. Em seu início no Flu, realizou nove partidas, sendo quatro como titular, marcou três gols e vem agradando a torcida. Muitos tricolores o querem como titular mesmo com o concorrente sendo o ídolo Fred. E enfrentar pela primeira vez o ex-clube já mexe com o argentino:
"Vai ser algo muito especial para mim. Mas muito tranquilo. Se eu tiver que jogar, vou jogar. Se for para ficar na reserva, eu vou ficar", disse Cano.
A passagem de Nenê pelas Laranjeiras também durou dois anos. Ele chegou ao Fluminense no segundo semestre de 2019, mas só virou titular em 2020, temporada em que foi o principal jogador do time. Em 2021, não vinha conseguindo repetir o protagonismo, apesar de ter sido o líder da equipe em assistências. Perdeu espaço na reta final de trabalho de Roger Machado e não conseguiu recuperar com a efetivação do interino Marcão. Ao todo, o meia fez 118 jogos com a camisa tricolor, marcou 28 gols e deu 16 assistências. Mas faltaram títulos: a única conquista foi a Taça Guanabara de 2020.
- Acho que vai ser bacana antes do jogo (o reencontro com Fluminense), o respeito que tenho de todos, da própria torcida. É bacana além da rivalidade. A hora que entrar em campo, realmente esquece e concentra somente no nosso time. Sobre o Cano, são coisas que fazem parte do futebol. Cada um luta pelo seu. Mas realmente com aquela rivalidade de sempre, fazendo de tudo para conquistar a vitória - disse Nenê.
Nenê chegou ao Vasco pela primeira vez em 2015. Foi campeão estadual e eleito o craque do Carioca de 2016, o último conquistado pelo clube. Saiu em janeiro de 2018 e retornou em setembro do ano passado. Uma relação de altos e baixos, com título e rebaixamento, mas na maior parte do tempo de respeito e admiração. Ele sempre fala com muito carinho do Cruz-Maltino. Chorou ao não conseguir o acesso no ano passado e teve seu nome gritado em São Januário, após uma derrota por 4 a 0 para o Botafogo. A torcida, em sua grande maioria, tem o camisa 10 como ídolo.
Na volta ao Vasco, aos 40 anos, Nenê se reencontrou. Hoje é de longe o jogador mais querido pela torcida e não esconde o carinho pelo clube. Em duas passagens, acumula 152 jogos e 53 gols. É, atrás apenas de Romário, o artilheiro do clube no Século XXI.
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