Nelson Rocha, sobre reforma de SJ: "Quem pagar terá retorno"
Dois anos depois de ser confirmado como sede do rúgbi nas Olimpíadas de 2016, o estádio de São Januário começa a ganhar um projeto para sua reforma, que deve durar cerca de três anos. O Vasco montou uma comissão há algumas semanas e já contratou uma empresa para entregar o projeto arquitetônico de como ficará a nova arena, que terá capacidade ampliada para até 45 mil lugares. A diretoria pretende promover uma licitação em outubro, para que as obras comecem tão logo o Maracanã seja liberado para o uso dos clubes cariocas. Nos corredores, o prazo máximo para pôr a mão na massa e fechar as portas é o mês de julho.
A ideia, porém, pode sair cara e custar até R$ 900 milhões, segundo contas superficiais dos cruz-maltinos, valor mais alto do que o de todos os palcos para a Copa de 2014 (o Itaquerão está orçado em R$ 820 milhões, e o Maracanã, reformado, em R$ 808 milhões). Por isso, já há a movimentação para encontrar investidores interessados em tocá-la. Pelo que pesquisou no mercado, o Gigante da Colina espera que haja a formação de um consórcio para realizar o trabalho, utilizando os Jogos do Rio como atração e, claro, a chance de explorar o estádio com eventos e até naming rights (direito de batizar o estádio com o nome de uma empresa).
Torcida prestigia treino na Colina, que pode ganhar cara nova (Foto: Gustavo Rotstein / Globoesporte.com)
Antes mesmo de a gestão atual assumir, houve diversos projetos embrionários de reforma de São Januário, como o da companhia Luso Arenas, mas nenhum deles saiu do papel. A confiança num resultado diferente desta vez está no tempo apertado pela proximidade das Olimpíadas, que vão atrair para o Rio os olhares do mundo esportivo.
- Não dá mais para adiar. As receitas dos clubes vêm sendo otimizadas, com alternativas interessantes, além de cotas de TV e patrocínios, mas acabam batendo num teto. É impossível viabilizar sem parceiros. Quem pagar, vai ter retorno. Há exemplos de sucesso em arenas pelo Brasil, como as do Corinthians e do Grêmio, que estão sendo terminadas. O Vasco tem sempre preferência e não quer que São Januário seja descaracterizado, até em sua fachada, que é preservada, mas vai se abrir para shows e outras atividades - afirmou o vice de finanças do clube, Nelson Rocha, que está à frente da empreitada.
O dirigente tem a seu lado o vice de patrimônio, Fred Lopes, e vascaínos ilustres e influentes, como o empresário Olavo Monteiro de Carvalho, o secretário municial de Conservação e Serviços Públicos (e ex-coordenador da candidatura do Rio-2016), Carlos Roberto Ozório, e o secretário municipal de Urbanismo, Sérgio Dias, que se mexem politicamente pelas mudanças obrigatórias no entorno do local.
O clube ainda não sabe se o anel da arquibancada será fechado, um sonho antigo que depende do modelo apresentado pelo arquiteto português responsável. Mas exige que a área das sociais sejam mantidas. Além das mudanças internas, o bairro sofrerá alterações, com o alargamento de ruas e facilitação dos acessos, já que o estádio fica perto de vias expressas como a Linha Vermelha e a Avenida Brasil. Algumas casas e prédios que ficam ao redor serão desapropriadas, assim como teve de acontecer em obras de outras partes da cidade.
- Como está hoje, é impossível abrigar um estádio olímpico - apontou Nelson Rocha.
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