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Navio-escola francês que vai virar museu vem ao Brasil com aluno francês e v



É quase como brincar de batalha naval, mas sem o risco de um ataque inimigo.

Do aeroporto de Campos, no norte fluminense, embarcamos em dois helicópteros franceses especializados em resgates em grandes altitudes.

Foram 20 minutos de viagem até o navio que nos aguardava em alto mar.

O pouso foi suave no Jeanne D´Arc.

Ele tem 182 metros de comprimento, pesa 12 mil toneladas e é capaz de receber até 10 helicópteros.

A embarcação, que começou a operar no início da década de 60, viajou mais de 1,8 milhão de milhas náuticas, o equivalente a 79 voltas ao mundo.


\"\"É um navio que tem feito uma bela missão e é muito querido no coração da marinha francesa\"\",
diz orgulhoso o comandante Patrick Auguier.

Em tempos de paz, o Jeanne D´Arc é usado em missões humanitárias e também funciona como navio escola.

É nele que os oficiais passam os últimos seis meses do curso de formação da marinha, onde vivem a experiência de conhecer toda a operação de um navio, participar de simulações de guerra e supervisionar mais de 400 marinheiros por um longo período.

Andar pelo navio não é fácil: corredores estreitos, dezenas de escadas, gente para todo lado.

Entre os 103 alunos, um deles ficou responsável por nos mostrar o navio.

Até parecia ser brasileiro, mas Vicent é francês, fala português porque a namorada é brasileira. Por que é vascaíno?

“Eu vi a torcida, o jogo, nível, tudo isso, e falei: esse é o meu time, com certeza. Time de coração”, afirmou Vicent.

No navio, nosso conterrâneo é outro: o tenente Vinícius Sampaio, da marinha brasileira, é um dos 12 estrangeiros que participam do curso.

Vinícius mostrou o camarote que divide com outros 11 militares e nos levou também até sua área do navio preferida: o coração do Jeanne D´Arc.

As imagens mostram onde ficam as máquinas que movem a embarcação usando energia a vapor.

“O vapor que trabalha na propulsão do navio está a mais ou menos 450ºC. Você tem uma sensação de 100ºC. Foi por isso que lhe pedi para colocar o macacão no compartimento de máquinas para proteger de um possível vazamento”, explicou o tenente que participa do curso.

Do lado de fora, onde a vista e o clima são bem mais agradáveis, nos deparamos com algumas surpresas.

No navio francês o verão brasileiro é um convite para o exercício ao ar livre. Em um fim de tarde como esse, o heliponto Jeanne D´Arc virou uma pista de corrida e academia de ginástica.

À noite, a maioria da tripulação se recolhe, mas foi nessa hora que descobrimos que alguns cantos ainda estavam bem agitados.

No navio dá para paquerar, sim.

Só a conta é que não ajuda: 13 oficiais mulheres no meio de tantos homens.

Depois de 20 horas a bordo, a paisagem que aparece na janela é familiar.

O Jeanne D´Arc sempre teve uma relação especial com o Rio e o Brasil. Em 46 anos de operação do navio, o país foi o mais visitado da América do Sul e o terceiro em todo o mundo. Pela 19ª e última vez, ele chega à Baía de Guanabara a caminho do Porto do Rio.

Vinícius está de volta à sua cidade, mas é só uma visita rápida.

Outros 14 países ainda esperam o adeus de Jeanne D´Arc, que ainda navega por mais três meses antes de se despedir do mar.

Agradecemos ao nossa colaborador Marcos Blanco, do departamento de marketing do Vasco pelo envio da matéria.

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Fonte: ge