Futebol

Natural de Volta Redonda, Robinho aponta atalhos no gramado do Raulino de Ol

Gramado irregular, coberto de areia e até dimensões fora do que o Vasco está acostumado. Todos esses itens foram empecilhos, segundo jogadores e Vágner Mancini, para que o time desenvolvesse seu futebol contra o Friburguense, domingo, no Raulino de Oliveira. Para desvendar os mistérios do palco também da próxima partida, ninguém melhor do que Robinho, uma cria antiga da casa.

O atacante, natural de Volta Redonda, passeou pelo campo com a reportagem do LANCE! e indicou os atalhos que a equipe deve seguir para se classificar amanhã, contra o Resende.

– O gramado já foi melhor, realmente. Falei com o pessoal que era preciso ter atenção com a rapidez da bola e das jogadas, já que o campo é mais estreito. Também é bom evitar umas falhas que taparam com areia na entrada da área e na ponta esquerda – alertou.

Principal condutor de bola da equipe cruzmaltina, Philippe Coutinho demorou a notar que seu estilo de jogo não se adaptaria às condições do gramado. Após o duelo, foi criticado por Mancini.

– Ele conversou comigo e pediu que, na próxima vez, eu abrisse mais pelos lados antes de partir para dentro pelo meio. Exagerei mesmo, e em certos momentos não vi o (Márcio) Careca passar pela esquerda – admitiu o camisa 30.

O fato é que, pela falta de estádios ao nível do Raulino de Oliveira, que oferece ótima estrutura, a maioria dos clubes pequenos tem de receber os grandes em praças afastadas das suas. Assim, o Vasco aproveitou a viagem e ficará, ao todo, seis dias na Cidade do Aço.

Carlos Alberto, por exemplo, chegou há dois dias e também não gostou do que viu. Apesar disso é calejado no local, que visita regularmente há cinco temporadas.

– Não está nem 50%. Mas é como no Engenhão, que foi ruim para os dois. E podemos nos adaptar. Por ser curto, agrupa-se o time e treinase num espaço curto – ensinou.

Fernando: \"Não mudaremos nosso estilo de jogar\"
Os jogadores do Vasco já deram início a uma pequena mobilização para tentar minimizar os efeitos do gramado. O zagueiro Fernando, por exemplo, sugeriu ao técnico Vágner Mancini que o campo fosse molhado com mais frequência e, principalmente, antes do jogo de amanhã, contra o Resende.

– Talvez ajude. Vou ouvir a opinião dos companheiros. O que para mim é considerado bom pode não ser o melhor para o Carlinhos (Alberto) ou para o Dodô, que são os homens de frente e se prejudicam mais – disse o camisa 4, antes de ressaltar que a equipe do Vasco não pode mudar o estilo de jogo amanhã.

– Temos um time leve, que se baseia na rapidez. Não podemos mudar essa característica sob pena de prejudicarmos nosso jogo. Dodô não é cabeceador. Não adianta insistir nas bolas aéreas – analisou Fernando.

\"Replantamos a grama e logo vai estar ótima\"

Betinho, administrador do estádio

A atenção com o gramado do Raulino é a mesma desde que o estádio foi construído, no fim de 2004. Na realidade, em dezembro do ano passado, replantamos tudo e partimos da estaca zero. Como costume, o campo é cortado três vezes por semana e irrigado diariamente. Só que a sequência de treinos do Vasco adiou o nosso trabalho. E é um prazer recebê-los.

Aos poucos, porém, a grama vai se acertar nos espaços em que pusemos um pouco de areia. Logo, estará ótima. Ainda assim, a referência daqui é tão boa que o Boavista x Flamengo de domingo acaba de ser transferido para cá. Quanto ao tamanho, é o mesmo do padrão da Copa: 105m x 70m. O Engenhão é menor.

Confrira bate-boloa com Robinho, atacante do Vasco e guia da delegação em Volta Redonda

Qual a melhor maneira de se sobressair no Raulino, que não está em suas melhores condições?
Buscar as jogadas aéreas é importante e também antecipar-se nos lances para não ser traído por um quique mais alto ou irregular no gramado. Mas o negócio é dar logo a bola no cara que sabe fazer gol, que é o Dodô.

Você entrou bem contra o Friburguense, mas também não acertou tudo. O que houve?
Quando entrei no jogo, tentei logo uma jogada e passei pelo primeiro. No segundo drible, me compliquei e errei porque conduzi demais a bola. Depois, cresci.

E o bico de guia turístico de Volta Redonda, já foi posto em ação?
Já avisei ao pessoal que a cidade é muito boa, e a torcida também. Pena que, por estarmos só a trabalho, num período curto, não vou poder fazê-los conhecer nada.

Voltando ao Dodô, citado. Procura-se muito ele em campo por que é querido ou é a confiança?
É 50% de cada (risos). Ele te deixa à vontade, mesmo sendo consagrado. Acertei uma bola para ele no amistoso e, quando entrei no domingo, ele avisou que queria um passe perfeito como aquele. Deu certo e comemoramos.

Fonte: Lance