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Na prancheta: Confira a análise tática de Vasco x Flamengo

“Um campeonato a parte”. Assim, como muitos costumam definir, Vasco e Flamengo sempre premeditam jogos eletrizantes e cheios de peso. E isso se acentua ainda mais quando esse jogo significa uma semifinal de turno estadual.

Ontem, para a sorte do público, o cenário descrito se repetiu novamente. Embora tenha faltado o importante ingrediente do estádio lotado, o que se viu foi um excelente jogo. Um jogo de muitas chances ofensivas, com várias delas perdidas (uma em especial), e três delas convertidas. Destas, uma para o Flamengo e duas para o Vasco. Um 2 x 1 de virada que coloca o Gigante da Colina na Final da Taça Guanabara com 100% de aproveitamento.

As propostas iniciais de jogo dos times eram claras:

. Cristóvão Borges, com a escolha de Wiliam Barbio em detrimento a Eduardo Costa, objetivava aumentar a velocidade do time e ter jogadas de flancos, em vista de explorar as saídas dos laterais adversários. Tanto é que, além disso, o treinador vascaíno colocou Diego Souza atuando, também, pelos flancos ofensivos.

. Joel, com três volantes quase em linha, pretendia montar uma cobertura forte o suficiente para ter Léo Moura e Júnior César como principais armas ofensivas.

Pelas propostas de jogo já se podia imaginar como cada time se distribuiria taticamente. O Vasco se apresentou no 4-3-2-1, bastante tradicional da temporada passada, com Barbio fazendo a função que Éder Luís fazia. Já o Flamengo, se configurou em um 4-3-1-2, com Ronaldinho de trequartista (construtor de jogo) e os três volantes armados quase em linha.

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No Vasco, um destaque tático, era a variação de jogo: 4-3-2-1 vira 4-2-3-1 com avanço de Juninho para a posição de meia ofensivo central, com Diego Souza pela esquerda e Barbio pela direita.

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Para o segundo tempo, os times não se alteraram muito. As mudanças viriam ao longo da etapa, conforme as exigências do placar.

1º – Entra Felipe no Vasco. Mudança deixa time com mais ofensividade, dá folego ao meio de campo, mas faz time ter queda na qualidade de marcação no meio de campo. Vasco se configura no 4-2-3-1 (torto).

2º – Com Bottinelli no lugar de Deivid, Fla tem meio de campo fortificado e passa a criar mais jogadas de ataque. Time se organiza em um 4-3-2-1 (o famoso Christmas-Tree).

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3º – Kim substitui W. Barbio no Vasco mas não muda configuração tática do time. Observa-se, no entanto, um grande ganho de fôlego, principalmente na reconstituição dos espaços.

4º – Aírton dá lugar a Negueba. Assim, Flamengo, que estava perdendo o jogo e partia para o “abafa final”, se configura em um 4-2-3-1, espelhando o adversário.

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Em um resumo das modificações táticas, o Vasco se deu melhor. Não precisando alterar muito seu esquema de jogo, o time de Cristóvão se mostrou sempre compactado e consciente do que fazer dentro de campo, independentemente das alterações táticas. Isso sugere que todas as mudanças foram devidamente treinadas e previstas. Ponto para o treinador.

Já o Flamengo, muito em vista da situação de derrota, se viu na necessidade de mudar bruscamente a sua forma de jogo. Isso, somando, ainda, ao fato do pouco tempo de trabalho de Joel no clube, fez com que as mudanças fossem sentidas pelo time, que apresentou, portanto, grande oscilação na partida.

Certo é que num jogo taticamente muito interessante e cheio de pontos a serem citados, o maior destaque foi o coração e a concentração. Nenhuma surpresa quando se conhece valor e sentido de um Clássico dos Milhões.

Como resultado final, o que se vê é um Vasco com 100% de aproveitamento, na final da Taça Guanabara e esbanjando confiança. O que se vê é um Vasco que, novamente, é merecedor de elogios, muito em função do comando técnico que tem e pelo espírito de luta que está em suas veias e fazem do time, o time da virada.

Você também pode conferir este post em http://a-prancheta.com/vasco-2-x-1-flamengo-os-pontos-taticos-e-o-time-da-virada/

Fonte: Na Prancheta