Na prancheta: Confira a análise tática de Cruzeiro 0 x 3 Vasco
Vai ganhar quem for mais regular. E, por enquanto, o Vasco tem se mostrado esse time. Dos que estão disputando o título nacional, o time da colina é o único que não passou por crise ou período turbulento no torneio. E é exatamente isso que faz do Vasco líder e o melhor time do campeonato até o momento. Nessa partida diante do Cruzeiro, mais uma vez a equipe mostrou futebol de campeão. O time celeste, em contrapartida, joga cada vez pior, e já flerta com a zona da degola. 3 x 0 de muita superioridade cruzmaltina.
O Vasco teve diversos problemas para esse jogo. Sem Éder Luís, sua principal arma, e Bernardo que, em tese, seria seu substituto, o técnico Cristóvão Borges teve de fazer escolha por um volante, Fellipe Bastos. Com isso, o time da colina mudou taticamente a sua maneira de jogar. O time que vinha atuando em um 4-3-2-1, em um esquema com dois pontas (Diego Souza na esquerda e Éder Luís pela direita), jogou em um 4-3-1-2, com meio-de-campo em forma de losango. Esse esquema, para quem não lembra, também já tinha sido usado na era Ricardo Gomes, e funciona como um esquema suporte à comissão técnica. Toda vez que os desfalques ou a situação não permite que o 4-3-2-1 seja usado, o Vasco recorre ao 4-3-2-1 (losango).
O Cruzeiro, não tem aquilo que o Vasco tem de sobra: padrão tático. O time mineiro é uma desorganização só. Impossível definir um esquema de jogo para o time no campeonato. Hoje, a equipe (equipe?!) iniciou a partida em um 4-3-2-1 muito mal definido. Com três volantes mal posicionados e dois meias completamente perdidos, alimentando com raridade o único atacante Bobô. Falta muito para o Cruzeiro.
Veja a seguir a prancheta do primeiro tempo. Vasco no seu 4-3-1-2 e Cruzeiro no
4-3-2-1 (ou quase isso).
Para a segunda etapa, o Cruzeiro veio com uma alteração: Elber no lugar de Vítor. Com isso, o time passou a atuar em um 4-2-2-2 que, por vezes, se transformava em um 4-2-3-1. O Vasco aguardou a mudança celeste, e percebeu que havia aumentado ainda mais o seu domínio de meio-de-campo. Juninho entrava cada vez mais no jogo. Assim como Fellipe Bastos, grande jogador!
O Cruzeiro vinha cada vez mais para cima da defesa comandada por Dedé. O time mineiro chegou a atuar em um 4-1-4-1. Porém o domínio de meio de campo ainda era Vascaíno, e os espaços para contra-ataques eram fartos para Diego Souza e companhia.
E foi originado justamente do domínio de meio-de-campo e dos espaços para contra-ataque, cedidos pelo Cruzeiro, que o Vasco conseguiu ampliar o placar por duas vezes. Provando o quão bom é esse elenco Vascaíno que, mesmo com tantos desfalques (Jumar, Felipe, Éder Luís, Bernardo e Alecsandro) continua muito bem. Sai jogador, entra jogador, tática se altera, mas a qualidade e a organização continuam.
É elogiável demais o estilo de trabalho da comissão técnica Vascaína. Eleger um esquema de jogo é um principio básico no futebol, apesar de ser tão pouco visto no Brasil. Ter um esquema suporte, como o usado nessa partida, é ainda mais elogiável e digno de time campeão. Excelente esse raro trabalho da comissão técnica chefiada por Ricardo Gomes. Liderança não é presente, é conquista. Assim como título não é. E trabalhando dessa forma, o Vasco tem tudo para triunfar.
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