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Na prancheta: Confira a análise tática de Bahia 0 x 2 Vasco

Por Igor Rufini (@igorfrufini)

Rugem os tambores. O campeonato Brasileiro entra em reta final. Tudo aquilo que foi feito, já foi feito. E quem jogou melhor até agora, não tem nenhuma garantia de nada ainda. Ontem o Vasco, querendo voltar à liderança do campeonato para não mais largar, foi a Bahia enfrentar os comandados de Joel Santana. Os cariocas venceram por dois a zero. Aliado ao empate corinthiano no sul, o Vasco volta à liderança do campeonato. O Bahia, por sua vez não consegue se afastar muito da zona da degola, e promete fortes emoções ao seu torcedor nas sete rodadas que restam.

Apesar de jogar fora de casa e entrar em campo com um time repleto de volantes, o Vasco foi ofensivo. Isso mostra que o número de marcadores ou de atacantes não premeditam ofensividade ou não. O que influi é a movimentação, e isso o time vascaíno teve de sobra. Entrando em campo, inicialmente em um 4-3-2-1, para lá de comum já em São Januário, o Vasco se alterou rapidamente. Felipe iniciava a partida na lateral esquerda. O meio de campo, tinha a o -3do esquema formado por Jumar pela esquerda, Rômulo recuado e centralizado, e Eduardo Costa pela direita. Allan ficava preso no flanco direito e Éder na esquerda. Diego Souza fazia um falso/verdadeiro 9.

Como foi dito, essa formação vascaína não durou muito tempo. Vendo a improdutividade do time, e perdendo Eduardo Costa, por lesão. Cristóvão se viu na obrigação de mexer na equipe. O treinador então, não poupou mexidas, e mudou boa parte do panorama da equipe. Nílton entrou no lugar de Eduardo Costa, e passou a fazer o papel de volante mais recuado. Felipe foi transladado para o meio de campo, embora que, ainda no setor esquerdo. Rômulo, ligeiramente adiantado, saindo pela direita. Allan, um pouco recuado, fazendo, quase, a função que Eduardo Costa fazia.

Nessa nova configuração, a equipe Vascaína passou a atuar em duas linhas de 4, em um 4-4-2. No entanto, Cristóvão foi além, e deixou a equipe como uma caixinha de surpresas para o adversário. Encheu o time de variações, pré combinadas. Uma precisão dígna de lembrança. O 4-4-2 britânico-vascaíno, nas transições defesa-ataque, sofria nada mais nada menos que três variações diferentes. Primeiro ele se tornava o antigo 4-3-2-1, depois um 4-2-2-2, e por fim um 4-2-3-1. Veja na animação seguinte, dois exemplos da saída de bola vascaína acompanhada das precisas e eficientes variações:





Foram essas variações vascaínas, inclusive, que confundiram totalmente o tricolor da \"boa terra\". Fernando Prass, quem diga. O goleiro foi um mero espectador da partida, e foi tão pouco acionado que era capaz de sair do estádio para um restaurante, jantar, voltar, e ainda cansar de ficar parado.

Outra explicação para a supremacia do gigante da coluna, é o esquema baiano. Um 4-3-3, extra-hiper-super improdutivo e sem criatividade. A explicação, mais simples que a prova do ENEN. Dos 3 meio campistas, 3 eram volantes sem boa saída de bola e bom passe. Dos 3 atacantes, nenhum capaz de criar jogadas de gol, por se tratar de, apenas, finalizadores.

Assim fica fácil. Para o Vasco e para o autor que vos escreve. Veja a seguir o desenho tático da partida:


No fim, os dois a zero no placar foram merecidos e explicam porque o Vasco está lá em cima e o Bahia lá embaixo. O Vasco mostra que mesmo com desfalques (Renato Silva, Juninho Pernambucano, Élton) consegue repetir o padrão. Mostra ter um grupo homogêneo e um treinador que conhece muito bem o ambiente que trabalha. Um treinador capaz de mexer, alterar e não fazer o time perder qualidade. Um treinador capaz sim de levar o time ao título nacional.

Nada terminou, porém. E Vasco e Bahia tem muito trabalho ainda para frente para não desperdiçarem tudo que foi feito até aqui. O Bahia precisa se impor mais em seu estádio. E o Vasco precisa de um empurrãozinho de seu torcedor na reta final, tal como se viu na Bahia. A linha de chegada se aproxima na corrida pelo título. Em alguns times o combustível pode acabar. Mas no Vasco, com o torcedor e Ricardo Gomes se recuperando, os tanques estão cheios. Que venha a parte final da disputa. Que o rugido dos tambores não anunciem somente o término, mas um final feliz para os cruzmaltinos, esse é o desejo dos vascaínos.

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Fonte: Na Prancheta