Na Prancheta: Análise tática de Vasco 4 x 0 Grêmio

É, a briga pelo título será intensa até a última rodada. E o Vasco deu mais uma prova de que não facilitará as coisas e só se dará por satisfeito com o caneco em mãos. No último sábado, mais uma grande partida do time da colina. Dessa vez diante do Grêmio. Um 4 x 0 de justiça e merecimento total. Um passeio do time carioca que, mais uma vez, prova que o padrão tático faz de boas equipes conjuntos vitoriosos.

O 4-3-2-1 já é famoso em São Januário. O esquema é utilizado desde a chegada de Ricardo Gomes, em março deste ano. E foi justamente depois da implementação desse esquema de jogo que os triunfos começaram a dar o ar da graça na Colina histórica. O 4-3-2-1 Cruzmaltino conta com boa rotatividade e um ótimo posicionamento dos 3 volantes. Há cerca de 6 meses o esquema é otimizado e treinado no clube, com isso ele fica ainda melhor a cada jogo que passa. Sem dúvida, uma grande prova da importância da continuidade e da repetição no futebol.

Uma das grandes qualidades desse esquema é a presença de extremos ofensivos. No caso do Vasco, esses extremos são Éder Luís e Diego Souza. O primeiro, inclusive, se adaptou muito bem a essa posição e a já a faz como ninguém. Diego Souza, no entanto, ainda oscila bastante, se achando em determinadas partidas e se perdendo em outras. Com insistência é muito provável que Diego vá melhorando os quesitos necessários para brilhar com constância nessa posição.

Diante do Grêmio, mais uma vez o esquema de jogo foi repetido. Dessa vez, executado como poucos. Ótimas transições, setores compactados, marcação milimetricamente acertada, contra-ataques certeiros e excelente movimentação ofensiva. Assim foi o Vasco nessa partida, que contou com uma exibição de gala dos extremos Éder Luís e Diego Souza.

É destacável também a grande oferta do elenco para as funções do meio de campo central. Rômulo é consolidado na primeira vaga. Para as duas restantes, muitas boas opções aparecem como Fellipe Bastos, Eduardo Costa, Allan, Juninho Pernambucano, Julinho e Felipe. Sete boas opções. E esse certamente é um diferencial do Vasco. Há excelentes peças de reposições em setores de suma importância. Nesse jogo contra o Grêmio, a dupla que fez companhia a Rômulo foi formada por Fellipe Bastos e Eduardo Costa que, por sinal, foi muito bem.

Veja a seguir o posicionamento Vascaíno na partida diante do tricolor gaúcho, e como o bom 4-3-2-1 se encaixou perfeitamente no 4-2-3-1 gremista, gerando um amplo domínio de meio de campo e uma grande gama de oportunidades ofensivas:



Na teoria o esquema Vascaíno é bem próximo ao que é executado pelos jogadores. E isso é justamente o que transforma boas formações táticas em vitórias de equipes. Veja a seguir o esquema Vascaíno, em tese e prática:



Quando foram citadas as qualidades Vascaínas, falou-se das excelentes transições. Essas são compreendidas como as transições que o time executa nos distintos momentos de uma partida, ou seja, quando o time é atacado e quando o mesmo é quem ataca. São as transições defesa-ataque e ataque-defesa. Dentre as variáveis que implicam em uma boa transição estão a ocupação dos espaços vazios, a sincronia dos movimentos, a compactação da equipe, dentre outras.

As transições Vascaínas são feitas por setores laterais. Os ataques sempre são realizados por algum lado do campo, e sempre é realizado por apenas um lado. Assim, quando a equipe ataca pelo lado direito, a movimentação é uma, e quando o ataque é pelo outro lado, a movimentação é outra análoga, porém diferente, por ser realizada do lado oposto.

Veja essas transições na animação seguinte. Nela, o time se encontra em uma situação normal, quando se inicia um ataque pelo lado direito. Depois disso, a equipe se recompõe defensivamente e sai pelo lado esquerdo. Por fim, ela se recompõe novamente, fechando espaços para o adversário ter dificuldades.

E assim o Vasco vai se consolidando como forte candidato ao título, mesmo já tendo ganhado a Copa do Brasil. No momento não há time no Brasil com um padrão tático mais bem definido que o Cruzmaltino, e isso pode e deve ser usado de trunfo nessa grande batalha pelo caneco. A tática é o craque do Vasco.

Por Igor Rufini - http://a-prancheta.com/vasco-da-gama-quando-o-padrao-tatico-fala-mais-alto/