Na eliminação do Vasco, São Januário não foi o caldeirão que costuma ser
Na eliminação do Vasco para o ABC, na noite da última quinta-feira, São Januário não foi o caldeirão que costuma ser. O preço mais alto dos ingressos espantou os torcedores, e o protesto de quem foi esfriou o que era para ser um clima de decisão - e que acabou fazendo falta no final das contas.
O Vasco não caiu na segunda fase da Copa do Brasil por causa disso, antes de mais nada. O Vasco caiu na segunda fase da Copa do Brasil porque teve atuação ruim, agrediu muito pouco o adversário e foi incompetente na decisão por pênaltis. Mas quem sabe um empurrão da torcida não pudesse mudar o rumo das coisas?
- O que eu posso te dizer é que tudo aquilo que enfatizamos é o que a gente sente: quando o estádio está cheio e a torcida está do nosso lado, somos muito mais fortes. Quando isso não acontece, falta alguma coisa - disse o técnico Maurício Barbieri na coletiva após o jogo, antes de acrescentar que não atribui o resultado a isso.
Poderia ser um contexto diferente, mas não podemos depender disso.
— completou o técnico do Vasco
Para a partida contra o ABC, o Vasco promoveu um aumento substancial no valor dos ingressos: o mais barato, no setor da arquibancada comum, saiu a R$ 150. Para assistir na social, o torcedor pagou R$ 250. Na vitória sobre o Boavista pelo Campeonato Carioca, há pouco mais de duas semanas, os preços foram R$ 70 e R$ 150, respectivamente.
Esta semana, várias torcidas organizadas do Vasco se uniram contra o aumento no ingresso e divulgaram, juntas, um comunicado lamentando a escolha da diretoria. "Com a alteração recente no preço, boa parte desses torcedores será afastada do estádio", dizia um trecho do texto.
Em protesto, eles não levaram instrumentos de bateria e nem seus materiais, como faixas e bandeiras, para o jogo contra o ABC. Foi certamente a partida com o menor clima de caldeirão da temporada, talvez dos últimos anos.
13.329 estiveram presentes na partida, o que não foi suficiente para encher nem um dos setores de São Januário. De um lado a outro, foi possível ver espaços vazios que não são comuns em jogos do Vasco em casa, sobretudo da última temporada para cá. Por outro lado, a renda de R$ 1.090.015 foi a maior do estádio no ano.
Sem a bateria e com um número menor de gargantas na arquibancada, quase não se ouviu os cantos da torcida durante a partida. O mesmo não pode ser dito com relação aos protestos e ofensas: houve vaias no fim do primeiro tempo, na primeira substituição no segundo e hostilização principalmente a Maurício Barbieri e Pedro Raul.
- O torcedor tem essa dinâmica, em um dia te leva no céu e no outro dia... porque a relação dele é emoção, ele externaliza o que está sentido. Isso é natural do ser humano - disse o técnico do Vasco.
- A gente entende a chateação do torcedor, porque ele está trazendo um histórico de muitos anos de dificuldade do Vasco. Essa eliminação pertence à nós, não tenho como fugir dela, mas essa indignação vem de um histórico. Hoje a gente foi ansioso demais, mas nem eu nem ninguém conseguimos dar experiência, só informação. Precisamos passar pelo momento para nos desenvolvermos - completou.
Sem tempo para lamentações, o Vasco volta a campo no próximo domingo para fazer o segundo jogo da semifinal do Campeonato Carioca contra o Flamengo, no Maracanã. Com derrota por 3 a 2 na ida, o time de Barbieri precisa de uma vitória simples para se classificar.
Fonte: geMais lidas
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