MUV revela o que há por trás do projeto Sócio Torcedor
Durante evento realizado na tarde desta sexta-feira (4/8/2006), o Movimento Unido Vascaíno (MUV) mostrou como realmente funciona o projeto Sócio Torcedor, do Vasco, lançado em agosto de 2003. Na época, foi utilizado como peça de campanha para a reeleição do presidente naquele ano.
No projeto Sou Mais Vascão, surgia um fato novo na política do clube. Apresentou-se a promessa de que por R$15,00 mensais, o torcedor poderia ao final de três anos, ser sócio proprietário e a partir de então também votar nas eleições, na verdade, nesta próxima, em 2006.
O novo associado não era informado, quando adquiria o título, de que após pagar por 36 meses R$15,00, o novo sócio passaria a pagar R$50,00 de mensalidade, sem a qual não teria os direitos de sócio.
Outra problema levantado foi a desvalorização do título de sócio proprietário, ainda hoje, à venda na secretaria do Clube por R$750,00, que poderia ser pago em 12 parcelas mensais. Pela nova modalidade o mesmo título custaria em 36 meses R$540,00 e a vista R$432,00.
O que, naquele momento, ninguém sabia e tampouco foi informado é que todos os pagamentos não entravam para os cofres do Vasco da Gama, mas sim para a empresa Rede Shopping de Comunicação Ltda., criadora do projeto. Seria uma forma de não expor estas verbas a penhora das tantas ações em execução? Se os valores foram recebidos por outra empresa que prestava serviços ao Vasco, qual seria o valor que o Clube receberia de cada pagamento de R$15,00? Por que não existe nenhuma referência de valores do projeto no balanço do Clube? Nem receitas e nem despesas? Por que não informaram isto nas reuniões do Conselho que se seguiram em dezembro daquele ano, para deliberar sobre o orçamento, ou em janeiro de 2004, para deliberar sobre o balanço de 2003? O que escondem até hoje?
A empresa Rede Shopping de Comunicação Ltda. foi vendida, em 2004, a Anibal Correia de Magalhães Neto, que vem a ser um advogado, de 27 anos, a serviço do escritório do vice-presidente jurídico do Vasco, que agora detém 75% das cotas, acompanhado do sócio Rodolfo Cezar Ferreira Soares com 25% das cotas. Aníbal é filho do conselheiro eleito pela chapa azul, Anibal Mendonça Magalhães.
Segundo levantamento feito junto a um ex-funcionário da empresa, o Vasco receberia liquido, apenas R$4,50 por associado, por mês. Assim o Vasco receberia R$162,00 de cada associado após 36 meses de pagamento.