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Muito mais do que futebol em jogo na luta do Vasco para assinar parceria

A luta do Vasco para conseguir cerca de R$ 4 milhões, obter certidões negativas de débito e assinar o contrato de patrocínio com a Eletrobrás se transformou numa corrida contra o tempo.

Em jogo, além da viabilidade do clube em 2009 e a paz no futebol, estão projetos que dariam à parceria com a estatal características bem peculiares.

Pelo acordo, R$ 12,4 milhões anuais seriam destinados ao futebol.

Mas o contrato separa R$ 400 mil para investimento em 17 modalidades olímpicas e não olímpicas e prevê, ainda, R$ 150 mil para três modalidades paraolímpicas: natação, atletismo e judô. O contrato obriga o Vasco a manter todas estas atividades, proíbe a transferência de recursos, por exemplo, para o futebol, e exige rigorosa prestação de contas à empresa.

Outra característica da parceria é o “carimbo” nas verbas para dois projetos sociais: um, de iniciação esportiva, atenderia 500 crianças e adolescentes em São Januário; outro, o Mão na Massa, levaria moradores de comunidades próximas às sedes do clube para trabalhos de reformas e consertos. Os dois projetos foram condição imposta pelo presidente da Eletrobrás, José Antônio Muniz. O contrato separa, ainda, R$ 350 mil anuais para o remo e valor igual para eventos sociais e culturais.

Para que o governo federal recomendasse à Eletrobrás a aprovação da parceria, o Vasco mobilizou vários níveis de governo: do governador do Rio, Sérgio Cabral, ao presidente do Senado, José Sarney. Politicamente, seria delicado para a diretoria não cumprir sua parte e obter as certidões.

— Estou otimista que o dinheiro para obter as certidões saia nesta semana. A Eletrobrás não deu prazo, só pergunta de forma sutil. Mostro à diretoria do Vasco que a empresa pode ter outras oportunidades no mercado — alerta Fernandão, colaborador da diretoria e que participou da negociação.

As certidões devem ser obtidas antes da reunião do Conselho de Administração da Eletrobrás, dia 13. Caso contrário, a assinatura pode ser adiada para abril e correr mais riscos.

Fonte: O Globo