Morato fala sobre homenagem a Edmundo: "Instinto animal"
Nascido em Francisco Morato, munícipio da Grande São Paulo, o autor do terceiro gol na vitória do Vasco por 3 a 1 sobre o Flamengo não era tão familiar à história do Clássico dos Milhões. Tão logo que chegou a São Januário, Andrew Erik Feitosa, que leva o nome de sua cidade no apelido, resolveu estudar e se encantou com a comemoração de Edmundo na goleada por 4 a 1 sobre o arquirrival em 1997, na fase semifinal do Brasileiro.
Esta semana, ainda na concentração, antes de enfrentar o Flamengo, Morato avisou a um amigo rubro-negro que comemoraria "à la Animal" se fizesse gol. Dito e feito. O camisa 10 do Vasco contou essa e outras histórias no podcast #GE Vasco 113.
- Na concentração, eu estava brincando com um amigo em chamada de vídeo. Eu falei: "Se fizer o gol, vou sair assim" (e repete a comemoração durante a entrevista). No instinto animal, para reverenciar o ídolo. Meu amigo disse: "Não faz isso, você vai perder o amigo" (risos). É flamenguista doente, mas é amigo. Tenho certeza de que ele vibrou. Na mensagem depois do jogo ele falou que nunca pensou que vibraria com um gol do Vasco contra o Flamengo.
Morato lembra como a comemoração de Edmundo o marcou, mas deixou claro que não quis provocar os flamenguistas ou os jogadores rivais. Já havia pensado na forma de celebrar um eventual gol no clássico, mas conta que só fez a dança por ter marcado num momento decisivo do clássico.
- Ele sai dançando. Não sei dizer se foi uma dança do Edmundo, mas foi muito marcante. Não é meu intuito provocar, não é do meu perfil ser provocador. Sou um cara de entrega, não levo para esse lado de jogar piadinha para o lado. Talvez eu me torne companheiros de outros jogadores no futuro. Mas achei muito oportuno por ser o terceiro gol, por hoje eu ser o camisa 10 do Vasco, por ser o 3 a 0. Se eu tivesse feito de 1 a 0 ou 2 a 0, eu não faria. Foi elaborado. Foi pensado, sim.
Outra demonstração de envolvimento com a Cruz de Malta se deu em postagem no Instagram (veja acima). Para ilustrar a comemoração do gol, usou a frase "Enquanto houver um coração infantil, o Vasco será imortal", dita por Cyro Aranha, presidente que assumiu o clube em 1942 e montou o Expresso da Vitória.
- Depois da minha apresentação, fomos almoçar no restaurante do Vasco. Aí tem que atravessar São Januário inteiro. Perto da presidência, tem algo muito importante assinado na história do país (a promulgação da Consolidação das Leis do Trabalho, feita pelo presidente Getúlio Vargas, em 1º de maio de 1943 na Tribuna de Honra de São Januário). Após o almoço, eu vi um quadro, e isso tem muito a ver comigo.
- Eu jogo bola porque era apaixonado por isso na infância. E você traz isso para um clube da grandeza do Vasco. Que frase bem esclarecedora. Que negócio pesado. Nada é mais verdadeiro que um sorriso de uma criança. Nada é marcante que um andar do seu filho, a primeira palavra ou o primeiro dentinho que nasce.
No podcast, Morato conta ainda qual foi a sensação de deixar Filipe Luís no chão, diz como foi a conversa de Marcelo Cabo com o elenco antes do clássico e associa a história do Vasco à sua trajetória de vida. Ouça!
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