Montadora Nissan já está apalavrada com o Vasco
Faltam detalhes para o Vasco poder confirmar a Nissan como patrocinadora master no ano de 2013. A negociação avançou nos últimos dias e está em fase de formatação do contrato (com duração de dois anos) e cláusulas burocráticas. No entanto, o assunto permanece proibido oficialmente em São Januário por duas razões: a vigência do vínculo com a Eletrobras, que ainda necessita de definição sobre seu destino nos últimos meses, e o dramático bloqueio judicial das receitas, que poderia ser um vilão na hora de o clube começar a receber a verba da montadora japonesa.
Assim, o anúncio só deve ocorrer em janeiro, quando, espera-se, a questão financeira estará equacionada. Por sua vez, um plano B para a crise já foi discutido em reuniões com o grupo de investimento. Organizada há três semanas pelo empresário e presidente da Assembleia Geral do Vasco, Olavo Monteiro de Carvalho, uma espécie de fundação serviria como apoio da diretoria para receber dinheiro e não bater de frente com as penhoras. Para registrá-la e dar início às operações falta um aval do Ministério Público e de outros órgãos responsáveis. O acordo com a fábrica automobilística renderia R$ 20 milhões por temporada, R$ 4 milhões a mais que a estatal.
O governador Sérgio Cabral foi fundamental no processo e manda representates para os encontros de cúpula e conselheiros. As conversas partiram do gabinete do político, que apresentou as partes e observa o andamento. A Nissan se instala no Rio e sonha brigar em igualdade no mercado que receberá a próxima Copa do Mundo. O retorno da concorrente Kia com o Palmeiras, mesmo com o rebaixamento recente, também animou. O ramo, aliás, está cada vez mais cheio de exemplos: no futebol europeu, a italiana Fiat e a alemã Volkswagen se espalharam nas camisas de futebol.
Para desviar a atenção, o discurso ainda coloca a renovação com a Eletrobras como possível. Mas o presidente Roberto Dinamite costuma deixar escapar que não há mais como suportar o sofrimento para obter as certidões de débito de modo que o pagamento ocorra naturalmente. A própria empresa precisa realizar o corte de gastos e, apesar da avaliação positiva da parceria de quatro anos, deixará o Cruz-maltino em junho. Resta saber se até lá a marca será mantida no uniforme ou somente com outro tipo de divulgação publicitária.
Ao longo da semana, houve excitação entre os dirigentes por uma boa notícia, tanto em relação à montadora quanto à liberação de recursos, o que aconteceu parcialmente. A expectativa é de que até o dia 20 os salários de elenco, comissão técnica e funcionários sejam quitados. Aportes entre R$ 600 mil e R$ 2 milhões vindos diretamente do bolso de alguns torcedores ilustres, envolvidos nos encontros semanais, começaram a ser depositados nos cofres nessa semana.