Modelo atual de transição do Vasco é adaptado do River Plate, revela Brazil
Modelo adaptado do River Plate
O modelo atual de transição do Vasco é adaptado do River Plate, da Argentina, e começou a ser implementado em 2018, quando Carlos Brazil assumiu a base do clube. No ano passado, quando o gerente chegou ao profissional, entendeu que havia uma pressão muito grande sobre os garotos, e o processo precisava de melhorias. Após a permanência na Série B e com muitas cobranças sobre os crias, Bruno Gomes foi um dos que pediram para deixar o Vasco.
- A gente tinha uma grande dificuldade para contratar no início do ano passado, o Zé Ricardo até falou sobre os "nãos" que levamos. Fiquei muito impactado com a pressão em cima dos meninos - explicou.
Consegui conversar e explicar que as coisas mudariam e passamos a ter cuidado com os demais garotos que estavam subindo para não acontecer a mesma coisa. A gente precisava de um time mais estruturado para que eles não fossem tratados como protagonistas.
— completou Carlos Brazil
Carlos Brazil chegou a ir até a Argentina nos últimos anos para ver de perto o trabalho realizado pelo River Plate. Uma das ideias que colocou em prática no Vasco foi o tempo de adaptação. Em vez de o garoto subir e já jogar, sendo tratado como uma solução imediata, o gerente identificou os talentos mais prontos e os colocou para treinar no profissional meses antes de uma possível estreia. Assim, a mudança de realidade é menos impactante.
- Eles chegam ao clube por volta dos 10 anos, treinam e jogam com amigos da mesma idade até os 20 anos e precisam ser preparados no individual, porque não é o grupo todo que sobe para jogar. Precisamos prepará-los mentalmente, fisicamente e tecnicamente - afirmou.
- No ano passado, eu coloquei o Andrey para disputar a Copinha e depois ele foi para o profissional. Mesmo com toda a pressão, principalmente pela eliminação na Copa do Brasil, tivemos todo cuidado e esperamos para colocá-lo para jogar, o que acontece a partir da quarta rodada da Série B. Naquele momento ele já estava bem mais adaptado e conseguiu superar bem os obstáculos. O Marlon Gomes e o Eguinaldo também nos ajudaram em momento crucial, com a gente sem dinheiro para contratações. E deram conta por causa dessa transição - acrescentou o gerente.
O mesmo processo de habituação tem acontecido com garotos que ainda não estão de fato integrados. O lateral-direito Paulinho e os atacantes Rayan e GB, por exemplo, têm frequentado alguns treinos de Maurício Barbieri e até já ganharam chances com o treinador. No entanto, ainda são jogadores da base e voltam para atuar pelo sub-20.
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