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Ministro Orlando Silva fará decreto para beneficiar clubes através da Lei Pi

O ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., encaminhará ao presidente Lula em até 60 dias uma proposta de decreto para que a verba da Lei Piva, oriunda das loterias, deixe de ser dirigida com exclusividade ao Comitê Olímpico Brasileiro e ao Comitê Paraolímpico Brasileiro.
Silva Jr. atende assim a uma reivindicação do Conselho de Clubes Formadores de Atletas Olímpicos, com quem teve uma reunião na manhã de ontem.
A simpatia do governo federal em relação aos clubes e sua tendência de mexer na lei foram antecipadas pela Folha.
\"\"O pleito dos clubes de receber apoio pelo trabalho de formação é legítimo e necessário. Precisam ter apoio e aporte financeiro\", resumiu o ministro, logo após a reunião de ontem.
Ao fim dos Jogos Olímpicos de Pequim, quando o Brasil decaiu sete postos em relação à sua colocação em Atenas, Silva Jr. disse que estudava alterações na forma como o dinheiro da Lei Piva é distribuído.
A decisão do ministro vai contra as recentes e reiteradas manifestações do COB, que, por meio de comunicados oficiais, argumentou que a verba da Lei Piva é insuficiente para cobrir todas as necessidades do comitê e das confederações.
Ontem mesmo, o COB repetiu que \"\"o dinheiro da Lei Piva corresponde a apenas um terço das necessidades dos esportes olímpicos\" e que apoia organizações na \"\"busca por recursos, como a utilização de projetos com base na lei de incentivos fiscais ao esporte\".
Presidentes de confederações se solidarizaram ao COB nas últimas semanas. Alguns, além de ecoar o argumento do comitê, chegaram a sugerir que uma eventual divisão com os clubes seria possível apenas se a porcentagem da loteria dirigida ao desporto aumentasse.
A Lei Piva, sancionada em julho de 2001 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, destina 2% da arrecadação bruta das loterias federais ao COB e também ao CPB.
\"\"Já conversei com o [presidente do COB, Carlos Arthur] Nuzman sobre esse assunto e disse que será preciso sentarmos todos juntos para iniciar a negociação\", disse Silva Jr.
O encontro, segundo o ministro, está previsto para ocorrer apenas depois do Carnaval, pois Nuzman tem compromissos no exterior antes disso.
Em nota, o COB informou ontem que aguardará o convite da pasta para a reunião na qual conhecerá a proposta do ministério para auxiliar os clubes na obtenção de recursos públicos.
\"\"A nossa preocupação é que a divisão dos recursos financeiros comprometa a execução dos programas das confederações brasileiras olímpicas.\"
\"\"A intransigência de qualquer parte não leva a lugar algum\", opinou Antonio Moreno Neto, presidente do Pinheiros, sobre o encontro com representantes do COB. O Confao reclamara que a linha de comunicação com o COB é ruim.
Silva Jr. não soube informar se, no caso de Lula assinar o decreto alterando a normatização da Lei Piva, os clubes passarão a receber dinheiro já neste ano.
\"\"O número que a gente está pleiteando é proporcional à quantidade de clubes possíveis de serem beneficiados, algo em torno de 30% do total da Lei Piva\", argumenta Bruno Zech, presidente do Minas Tênis Clube e também do Confao, organismo que reúne ainda Pinheiros, Flamengo, Vasco, Fluminense, Grêmio Náutico União, Sogipa e Corinthians.
Esses clubes alegam ser responsáveis por 213 dos 227 esportistas que integraram a delegação brasileira em Pequim.
Hoje, o ministro e o presidente do COB estarão juntos para falar sobre a candidatura do Rio à Olimpíada de 2016.

Fonte: Tricolormania