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Mercado Bitcoin oficializa patrocínio e estampará camisa já no clássico

O Vasco entra em campo contra o Flamengo neste domingo já com um novo patrocinador na manga da camisa: o Mercado Bitcoin. A corretora de criptomoedas vai oficializar neste sábado o contrato com o clube cruzmaltino, seis meses depois de estrear no patrocínio a grandes times de futebol com o apoio ao Corinthians.

A exchange de bitcoin & afins chega ao clube no momento em que a americana 777 Partners avança na compra de 70% das ações da sociedade anônima do Vasco e quando o time tenta turbinar sua presença — e suas receitas — no ecossistema digital.

O contrato com o Mercado Bitcoin é de 24 meses. Além de expôr a marca na manga da camisa do time profissional e do Sub-20, a corretora vai apoiar o projeto de relacionamento digital do clube, o Digivasco, e o núcleo de eSports. A ideia é que a exchange use sua expertise para promover peneiras e laboratórios para revelar novos atletas de games como “Free Fire”, “PES” e “Rainbow Six Siege” nas comunidades do entorno do estádio de São Januário, em São Cristóvão, Zona Norte do Rio.

No lugar da Havan

Há algumas semanas, reportagem do UOL havia publicado que o Mercado Bitcoin estava fechando um patrocínio de R$ 5,5 milhões ao Vasco, mas o clube não havia oficializado o contrato até agora. Questionados pela coluna, clube e empresa não confirmaram o valor do contrato.

O Mercado Bitcoin ocupará o espaço deixado vago pela Havan, que encerrou seu patrocínio ao clube em janeiro após dois anos de um relacionamento que incomodava parte da torcida. O dono da rede de lojas, Luciano Hang, é um dos principais apoiadores do presidente Jair Bolsonaro no empresariado e chegou a depor na CPI da Covid, que pediu seu indiciamento por incitação ao crime. Contribuiu para azedar a relação o patrocínio da Havan ao rival Flamengo em meados do ano passado.

O relacionamento entre o Mercado Bitcoin e o Vasco começou em 2020, quando o clube se associou à corretora para lançar o Vasco Token, um criptoativo baseado no Mecanismo de Solidariedade da FIFA. Ao comprar o “token”, o investidor fica com parte do pagamento que o clube recebe em transações com atletas revelados em suas categorias de base.

A emissão dos Vasco Tokens movimentou R$ 50 milhões, dos quais um quinto foi comprado pelo próprio Mercado Bitcoin e repassado ao Vasco na ocasião. Desde então, quem comprou “tokens” já recebeu rendimentos gerados em transações de jogadores como Philippe Coutinho, Allan Loureiro e Marrony.

‘Clube foi pioneiro’, diz CEO do MB

Mais recentemente, o clube fez parceria com a Block4 — startup na qual a holding do Mercado Bitcoin investiu — para ampliar seu projeto de ingressos colecionáveis, que prevê a venda entradas virtuais que dão acesso a recompensas exclusivas.

— Com aquele token, o Vasco foi pioneiro nesse movimento de transformação, que conecta cada vez mais o universo cripto aos ecossistemas de esporte e entretenimento. Acreditamos que a criação do Digivasco vai proporcionar um laboratório de onde novas aplicações para essa interseção podem surgir — afirmou à coluna Reinaldo Rabelo, CEO do Mercado Bitcoin, cuja marca, aliás, apareceu na camisa do Vasco em oito jogos depois do lançamento dos Vasco Tokens.

O patrocínio é uma forma de retomar um relacionamento pioneiro, mas que tinha deixado de evoluir desde então, disse Vitor Roma, vice-presidente de marketing do Vasco.

— Estamos trazendo um “unicórnio” para o Vasco, em uma segunda rodada de desenvolvimento de uma parceria que nasceu lá atrás e foi exitosa. Não há muita evidência empírica sobre o que dá certo ou não nesse novo mercado, mas aquela experiência trouxe dinheiro de verdade para o clube — observou, acrescentando que o Vasco está prestes a lançar seu “fan token”, outra categoria de criptoativo que busca estreitar o relacionamento com torcedores ao mesmo tempo em que gera uma nova linha de receita.

O patrocínio e os projetos digitais associados a ele foram apresentados na sexta-feira aos sócios da 777 Partners que estão no Rio.

— Não seríamos loucos de, no meio de um processo societário como esse, trazer um contrato longo se não tivéssemos a segurança em fazê-lo —disse Roma.

Quarto patrocínio novo no ano

Esse é o quarto patrocínio anunciado pelo Vasco este ano. Em janeiro, entraram a Cartão de Todos, que atua no segmento de cartões de descontos, e a bebida energética Vrauu Energy Drink. Há alguns dias, o clube comunicou a chegada do MetaSoccer, jogo de gerenciamento virtual de times de futebol criado pela produtora catalã Champion Games. O game vai estampar sua marca no calção.

Em fevereiro, marcas do portfólio da investidora e empresária Carol Paiffer também oficializaram patrocínio ao clube, mas o apoio é exclusivamente voltado para a equipe de futebol feminino.

— No início do ano passado, a camisa do Vasco “valia” R$ 14 milhões. Hoje, vale algo próximo de R$ 30 milhões anualizados — comparou o vice-presidente de marketing do Vasco.

A camisa do Vasco também estampa a marca de patrocinadores como a operadora TIM, o banco  BMG, a Pixbet (de apostas), a Forte Aliança (seguro automotivo) e a Multimarcas Consórcios. 

Fonte: Globo Online