Futebol

Médico do Vasco fala sobre o gramado do Engenhão

O campo do Engenhão não sai do centro da polêmica. Depois das críticas do coordenador médico do Fluminense, Douglas Santos, que aponta o mau estado do gramado como um dos vilões para o excesso de lesões nos clubes cariocas, ontem foi a vez de o médico do Vasco, Fernando Mattar, reforçar as críticas. Para ele, as condições não são ideais e isso tem, sim, parcela de culpa nas contusões.

Do outro lado da polêmica, o médico do Botafogo, Luiz Fernando Medeiros, e o agrônomo responsável pelo gramado, Paulo Azeredo, saíram em defesa do campo.

— Concordo com o Douglas. Se chutar na pequena área e bater no chão, a bola desvia do goleiro. O gramado está sendo bastante exigido. E isso pode estar acentuando as lesões — opina o Fernando Mattar, que viu de “camarote” Maicosuel romper o ligamento cruzado do joelho no clássico contra o Botafogo, há um mês: — Para se machucar sozinho, o campo pode ter influência. No caso do Nilton, do Vasco, que teve lesão parecida, houve um choque.

Paulo Antônio Azeredo, sócio-diretor da Greenleaf, empresa que cuida do gramado do Engenhão, afirmou que as lesões no Fluminense podem estar tendo início no gramado das Laranjeiras, que ele aponta como de qualidade ruim.

— Acho que o gramado melhorou muito. Não tem nem mais buraco. O Flamengo jogou ali recentemente e achou tudo normal. A grama está macia. O campo é muito melhor do que onde eles treinam. O Fluminense está partindo para outro lado — disse o Azeredo, concordando, ao menos, que o estádio vem recebendo jogos demais: — Vai melhorar quando o campeonato só tiver rodadas no fim de semana. O Botafogo não tem mais reclamado.

O médico alvinegro, Luiz Fernando Medeiros, reclamou das críticas:

— Tive dois jogadores machucados no Engenhão. O Fred se machucou lá, mas foi coincidência. Depois tive no campo do Guarani, na Bahia. E lesão muscular o campo não influencia. Culpar o gramado é maldade.

11 jogos em 30 dias

Com o fechamento do Maracanã, o estádio usado por Botafogo, Flamengo e Fluminense recebeu 11 partidas nos últimos 30 dias, concentradas em um período em que a sequência de jogos foi alucinante por causa do calendário, apertado pela Copa do Mundo.

Zé Roberto é um dos poucos sobreviventes

Ao lado de Éder Luis, o meia Zé Roberto, do Vasco, enfrentou uma batalha para recuperar a melhor forma na chegada ao clube durante a Copa do Mundo, e na sequência conseguiu passar pela maratona de jogos sem se lesionar.

Um dos segredos do sobrevivente foi a pré-temporada forçada pelo Mundial:
— Nesse momento me condicionei fisicamente e pude me fortalecer já pensando na prevenção de lesões.

Para o jogador, o planejamento e a antecedência na contratação conspiraram a favor da questão física:

— Defini minha vinda para o Vasco com antecedência, tive tempo suficiente para entrar em forma. Mas tem jogadores que vieram de fora sem estar em atividade e tiveram que atuar logo. Isso complica.

Ele evitou fazer críticas ao gramado do Engenhão, até porque o Vasco manda jogos em São Januário. Mas ressalta que o estado do gramado pode ter aumentado o número de lesões:

— Não é o Engenhão. É a sequência de jogos. Poderia ser em qualquer gramado que o desgaste seria o mesmo e o risco também.

Fonte: Blog Jogo Extra - Extra