Futebol

Médico considera chance mínima de contaminação em medicação de CA

Encontradas na urina de Carlos Alberto depois da vitória sobre o Fluminense no dia 2 de março, hidroclorotiazida e carboxi-tamoxifeno são substâncias que, isoladamente, não beneficiam um jogador, mas estão proibidas pela Organização Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) porque podem mascarar elementos que influenciam no rendimento do atleta. Assim, apesar de afastado do caso, o médico Eduardo De Rose, membro da Wada no Brasil, acredita que sejam reduzidas as chances de o Vasco ter sucesso na sua linha de argumentação. Os médicos do clube creem em contaminação na manipulação dos remédios ortomoleculares utilizados por Carlos Alberto.


- Já vi contaminação por hidroclorotiazida, mas nunca por tamoxífeno. No entanto, os dois juntos não é algo simples. Além disso, há substâncias permitidas e proibidas, e isso vale para aqueles atletas que fazem, ou não, tratamentos. A não ser que tenham uma autorização para tomar um certo tipo de medicamento – explicou De Rose.

Entretanto, as substâncias encontradas na amostra de urina de Carlos Alberto são consideradas até certo ponto prejudiciais à performance de um jogador de futebol. O tamoxífeno, por exemplo, é normalmente utilizado por mulheres em tratamento de câncer de mama.


- Ele é um hormônio usado por pacientes com câncer de mama. Ele é usado em comprimidos e tomado normalmente pelas mulheres durante cinco anos após o fim do tratamento de quimioterapia. O tamoxífeno é bloqueador de estrogênio e progesterona – afirmou o oncologista Luiz Augusto Maltoni.

Eduardo De Rose explica que, no caso do esporte, este hormônio pode ser considerado um mascarante de outra substância que influencia no rendimento de um atleta.

- Ele é muito usado com o anabólico esteroide, inibindo o crescimento das mamas, que é um efeito colateral do anabolizante – disse.

Em relação ao diurético hidroclorotiazida, o membro da Wada afirmou que, mesmo mascarante, a substância é prejudicial quando se trata de um atleta do futebol.

- Por ser diurético, ele faz perder sais mineirais, que são importantes para a contração muscular – disse Eduardo De Rose.

Fonte: ge