Futebol

Max, cria da base, e sua mãe Ivete, funcionária do clube, comemoram vitória

São Januário é mais do que um estádio para Max. O jogador, que está no Vasco desde os oito anos, considera a Colina a extensão do quintal de sua casa. Além de passar praticamente o dia todo no local, ele ainda tem a convivência diária de sua mãe, Ivete, que é funcionária do clube. E na sexta-feira passada, contra o Goiás, mãe e filho colheram os frutos de cerca de dez anos de dedicação e luta.

Max e Ivete conversaram com a equipe de reportagem do LANCE! na arquibancada de São Januário, que, na verdade, é como se fosse a sofá da sala de casa. Emocionados, contaram, entre outras coisas, o que sentiram com o primeiro gol do lateral como profissional, que, de quebra, foi o de número 1.500 do clube carioca na História dos Campeonatos Brasileiros.

– Passou um filme na minha cabeça. Assim que fiz o gol, lembrei de tudo que já passamos no clube, coisas boas e ruins. Fico ainda mais feliz por ter feito um gol histórico.

Lutamos muito para chegar a esse momento. O Vasco é minha segunda casa, passo muito mais tempo aqui do que na minha própria casa – lembrou Max, que mora com sua mãe nos arredores do estádio.

Já Ivete, que já gritoumuito durante os últimos anos, assistindo aos jogos do filho desde o infantil, emocionou-se ao recordar dos esforços feitos para ver Max chegando ao profissional.

– Eu gritava muito. Às vezes, ele ficava sem graça. Quando vi o gol do meu filho, vibrei muito. Fiquei emocionada, ainda mais por ser em São Januário, onde já passamos por diversas coisas – disse Ivete.

Enquanto a equipe do LANCE! fazia a entrevista, Max e Ivete ainda eram cumprimentados por alguns funcionários do clube, a quem mãe e filho preferem chamar de segunda família.

– Conhecemos muitas pessoas aqui. Todos vieram falar, nos parabenizar. É quase uma família mesmo – afirmou o lateral vascaíno.

Max não sabia do gol 1.500

Autor de um gol histórico para o Vasco, Max foi saber de seu feito apenas no vestiário, ao término da partida contra o Goiás. O lateral disse que, assim que balançou a rede, vibrou muito e nem conseguiu ver a homenagem que apareceu no telão de São Januário, com os dizeres “Parabéns, Max pelo gol 1.500 do Vasco em campeonatos brasileiros”.

– No vestiário, o pessoal ficava falando que apareceu no telão e tudo.

Antes do jogo, até haviam comentado da possibilidade de sair o gol 1.500 no jogo, mas nem me liguei – disse.

Max lembrou ainda que, no primeiro tempo, teve uma oportunidade na área, mas Harlei defendeu: – Fiquei mal por ter perdido aquela chance. Ainda bem que o gol veio.

Lateral quase parou no Flamengo

Quando Max, ainda no juvenil, pensava em deixar o clube por não ganhar oportunidades, teve, além da Ponte Preta, outro clube interessado em sua contratação: o arquirrival Flamengo. Ele até pensou em permanecer no Rio, mas, identificado com o Vasco, preferiu acertar com o clube campineiro.

– Seria complicado acertar com o Flamengo. Passei minha infância toda no Vasco, conheço todo mundo no clube.

Acho que o pessoal não aceitaria muito beme, hoje em dia, sei que fiz a escolha certa. Nada contra o Flamengo, mas é um rival direito, não é? – revelou Max.

Pela Ponte Preta, em 2007, o jogador até teve mais oportunidades. No entanto, com as mudanças na diretoria vascaína, optou por voltar um ano depois. Então, ganhou espaço e se destacou.

Gaúcho aprovou retorno e foi um paizão para Max

Quando Max retornou a São Januário, em 2008, teve de passar por um novo teste, mesmo já tendo jogado por alguns anos pelo clube. E quem viu potencial no jovem lateral, que atualmente tem 20 anos, foi Gaúcho, que, naquela época, era técnico dos juniores. O comandante lembra bem da ocasião.

– O Max veio fazer um teste no clube. Eu havia acabado de assumir a categoria. Com pouco tempo de treino, percebi que ele tinha muita qualidade e poderia vir a ser um grande jogador. E não errei. Depois, foi peça fundamental na minha equipe, despertando o interesse do técnico do profissional – lembrou.

Fato que chama a atenção é que Max, em seu retorno, fez testes para a lateral direita. No profissional, porém, sempre jogou na esquerda e o próprio PC Gusmão, quando o escalou como titular pela primeira vez, afirmou que a posição de origem dele era a de lateral-esquerdo, apesar de o jogador ser destro.

– Ele sabe jogar nas duas. Mas é destro. Quando treinou no meu time, era lateral-direito – falou Gaúcho, que, sem comparações, citou outros jogadores destros que se destacaram na esquerda, como Júnior e Nilton Santos.

Na esquerda ou na direita, Max quer apenas seguir conquistando seu espaço com a camisa do Vasco.

– Tenho facilidade para jogar na esquerda. Quero ajudar na posição que o treinador precisar – garantiu Max, que não esqueceu de agradecer a Gaúcho pelas oportunidades.

– Foi um cara importante. Ele me deu uma nova chance quando voltei para o Vasco. É uma pessoa muito boa e competente.

(Matéria reproduzida diretamente da versão papel do Jornal Lance)

Fonte: Jornal Lance