Maurício Souza abre o jogo sobre saída do Vasco
Multicampeão na base do Flamengo, Maurício Souza abriu o jogo sobre a rápida passagem como treinador do Vasco durante a Série B de 2022. Ele lamentou o pouco tempo que trabalhou em São Januário e garantiu que teria conseguido o acesso para a elite do Campeonato Brasileiro caso tivesse permanecido na equipe carioca.
"Eu estava em casa e soube do interesse do Vasco. Naquele momento estavam fazendo um levantamento interno com o setor de mercado e análise sobre treinadores. Eles queiram uma maneira diferente de jogar do que estava acontecendo, mas não queriam mudança na estrutura. Para isso acontecer, o nome que caberia melhor era o meu. Aceitei porque é uma oportunidade ímpar na carreira, meu primeiro trabalho à frente de uma equipe profissional", disse ao ESPN.com.br.
"O início foi bem difícil por causa da rejeição por vir do Flamengo e por ser um primeiro trabalho. Encarei de peito aberto e não me arrependo de nada do que fiz. Vi um time que tinha começado a ter uma identidade do que o Vasco queria, mas passava por algumas situações de mudança de mentalidade dentro da equipe. Mas isso estava muito relacionado ao momento do clube, que passa por muita pressão pelo acesso. Não tem como ser diferente porque o lugar do Vasco é na primeira divisão".
O treinador ficou pouco mais de um mês no Vasco, tendo estreado em 18 de junho. Foram oito jogos, com três vitórias, três derrotas e dois empates.
"O Vasco teve um começo de ano muito regular de muitos empates, algumas vitórias e estava no G-4. Qualquer mudança trazia uma desconfiança e não consegui colocar tudo o que tinha de ideia. Fui tentando em doses homeopáticas, mas não tenho dúvidas que o sucesso do Vasco passa por algumas mudanças".
Ele deixou o Vasco após a derrota por 1 a 0 para o lanterna Vila Nova. O time estava na terceira posição da segunda divisão, com 35 pontos. Atualmente, o clube carioca está na quarta colocação e ameaçado pelo Londrina.
"Me entreguei de corpo e alma. Sinto muito por ter sido pouco tempo. Via a equipe evoluindo e entrando nos trilhos, mas com apenas 8 jogos, sendo 5 deles fora de casa, acabei sendo demitido. Não tenho a menor dúvida que teríamos conseguido o acesso, mas só trago momentos bons dentro do clube".
"Agora aguardo uma oportunidade e não estou me fechando para o mercado. Quero um projeto legal que possa colocar em prática o que sei e sou capaz. Não me fecho para ser treinador, auxiliar ou trabalhar na base".
Do futsal para o campo
Maurício fez sucesso como jogador de futsal e atuou profissionalmente no futebol de campo pelo América-RJ por três Cariocas. Depois disso, teve uma passagem rápida por Israel antes de voltar ao Brasil e começar os estudos para ser treinador.
Após começar no futsal, ele foi contratado para a base do Botafogo, no qual chegou até o time profissional em três anos. Em seguida, chegou ao Flamengo para ser coordenador do departamento de futsal com o objetivo de fazer uma reestruturação.
“O Flamengo tinha uma boa estrutura e estava evoluindo. Eles sabiam que eu queria ser treinador de campo, mas queriam me trazer para o clube”.
Em seguida, ele assumiu o time sub-20 e venceu a Copa São Paulo em 2019. “Minha passagem foi maravilhosa e conquistei vários títulos na base. Depois, pude fazer parte do departamento profissional e poucos têm essa chance. Sei que contribui bastante para o clube”
Depois disso, Maurício virou auxiliar técnico da comissão fixa do Flamengo e chegou a ser o treinador interino com a demissão de Renato Gaúcho, após a perda da Libertadores de 2021.
“A gente teve um ano complicado porque não conseguiu as conquistas, apesar de termos sido vice da Libertadores e do Brasileiro. A princípio eu ficaria, mas chegou o Paulo Sousa, que entendeu que não deveria mais ter a minha função. Sou muito grato ao Flamengo, que se estruturou e tem muita credibilidade no mercado”, falou.
Pouco tempo depois, Maurício virou auxiliar fixo do Athletico-PR por um convite de Fernando Yamada.
“Clube muito bom de se trabalhar e com uma estrutura absurda. Só que os resultados não aconteceram com o Alberto Valentim, que foi demitido. Nisso, veio o Carille, que ficou somente 21 dias”.
Após uma goleada de 5 a 0 sofrida para o Strongest pela primeira fase da Libertadores, o presidente Mário Celso Petraglia demitiu Yamada e a comissão técnica, incluindo Maurício. Em seguida, ele teve uma passagem pelo Vasco, seu último clube.
Fonte: ESPN Brasil