Maricá, ex-lateral direito do Vasco, vai disputar o Estadual pelo Mesquita
Correr contra o tempo. Este é o lema do Mesquita para a disputa do Campeonato Carioca. Em 2008, o time trocou de técnico a quatro rodadas do fim e por pouco não caiu para a segunda divisão. Para a atual temporada, Rubens Filho, o salvador da pátria no ano passado, está de volta. Ele, no entanto, sabe da responsabilidade que carrega. Em fase de preparação desde novembro, o grupo atual tem somente três jogadores de dois meses atrás e, curiosamente, trocou de treinador duas vezes nesse período.
O experiente Jair Pereira, sonho de consumo da diretoria, chegou ao clube com planos de levar o modesto time da Baixada Fluminense a pelo menos uma semifinal de turno. Esta é a terceira vez na história que o Mesquita disputa a Séria A do Campeonato Carioca.
E para não fazer feio como na temporada passada, Jair, campeão por Vasco, Flamengo, Corinthians e seleções amadoras, era o ícone da volta por cima. Mas uma proposta irrecusável do Itumbiara, atual campeão goiano, pôs fim ao sonho do presidente Mauro Cacau no começo de janeiro.
Para o seu lugar veio Carlos Tozzi, que durou apenas uma semana. Questões contratuais encurtaram a passagem do segundo técnico. Até que, no dia 8, Rubens Filho assumiu o time novamente. Há uma semana no comando e com um grupo renovado, o treinador sabe que os jogadores terão de suar a camisa para se manter no nível dos times que iniciaram a pré-temporada ainda em 2008.
\"Ainda assim nosso elenco é um elenco melhor individualmente do que o do ano passado. Há jogadores mais experientes e melhores tecnicamente\", frisou Rubens, vice-campeão da Taça Guanabara em 2005, com o Americano.
A experiência a que se refere começa nas mãos do goleiro Marcelo Leite, ex-Flamengo, e passa pelos pés do lateral-direito Maricá, ex-Vasco; o zagueiro Alemão, ex-Botafogo e Volta Redonda; e o volante Haroldo, ex-Bangu e Madureira.
O time treinou até dezembro no Estádio Louzadão, em Mesquita. Nos planos para janeiro estava o complemento da pré-temporada em Quissamã, mas o estado do gramado comprometeu a passagem do clube pela região Norte Fluminense. Assim, desde segunda, o grupo está Rio das Ostras treinando nos estádios Emília Rosa Guimarães e Julieta Carvalho Viana, ambos municipais.
O teto salarial do Mesquita é de R$ 10 mil reais. Para o lateral Maricá, revelado no Vasco e coadjuvante dos títulos do clube entre de 1997 e 2001, a realidade é diferente para quem jogou com Romário, Edmundo e Juninho Pernambucano. Dinheiro, segundo ele, não é o problema. Há oito anos fora do futebol do Rio, aos 29 anos ele espera fazer um bom campeonato pelo Mesquita e disputar o Brasileiro por um grande clube.
\"Não estou rico, mas poderia parar de jogar. Não estou apostando no Mesquita por dinheiro, e sim porque quero voltar ao cenário nacional\", disse Maricá, sem vergonha de vestir a camisa do novo clube. \"No meu caso, as pessoas não sabem como estou porque eu não estava no Rio\".
Em 2001, após perder o terceiro Carioca seguido para o Flamengo, o clima, conta o lateral, pesou em São Januário, e Maricá deixou o clube em um momento de reformulação. Foi para o Internacional (RS), depois Grécia, Brasiliense, Bahia, Avaí e Atlético Metropolitano (SC).
\"Talvez tenha saído no momento errado, pois depois ninguém se firmou na lateral direita. Dei azar. Na minha época tinha Vítor, Jorginho, Vagner e Zé Maria. Não tive chance. Mas foi bom ter saído, pelo menos ganhei experiência e fiz bons contratos. Faltou visibilidade, e é o que estou buscando aqui no Mesquita\", encerrou.