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Marcos Blanco comemora retorno do Setor Premium do Vasco

O torcedor brasileiro está mais do que acostumado a enfrentar filas, se espremer em um pequeno espaço de arquibancada e, de pé, ainda ter de se proteger do sol como pode. Não por acaso, o cenário pouco aconchegante da maioria dos estádios do país atrai apenas os mais fanáticos pelo time de coração e exclui boa parte da população adepta dos grandes e confortáveis espetáculos. Nos últimos anos, porém, a busca por mais receita tem aberto os olhos dos clubes para conquistar esse outro público.

Imagine você chegar ao estádio cinco minutos antes de a bola rolar, entrar sem qualquer confusão, aclimatado pelo bom serviço de ar-condicionado e ter o seu assento reservado. Embora pareça utópico em se tratando de Brasil, esse ambiente já existe. Inaugurada no duelo com o Corinthians, em 2 de outubro, a pioneira área VIP de São Januário apresenta todos esses atributos. “Tentamos construir um ambiente legal para quem não está acostumado a ir ao estádio. O retorno foi fantástico, até maior do que a gente esperava. Isso prova que atender bem atrai mais torcedores”, disse ao Correio o diretor de marketing do Vasco, Marcos Blanco. De acordo com ele, dos 1.700 bilhetes vendidos, o clube ainda lucrou em média R$ 20 a mais com cada pessoa, devido às compras no local.

De fato, o novo espaço na arena vascaína é bem diferente do que o torcedor comum se acostumou. Mas para usufruir das regalias, como banheiros individuais, cadeiras numeradas, lounge, espaço para crianças baterem bola, um mini-museu, etc., o consumidor precisa ir fundo no bolso. Um ingresso para essa área custa R$ 100. “Nós fizemos reuniões, conversamos bastante e decidimos que era um preço justo. Essa área tem outra proposta. Colocamos DJs, pessoas para orientar, entradas exclusivas. É mais ou menos um passeio em dia de jogo”, explica Marcos Blanco, que, embora defenda o valor da entrada, admite que não é definitivo. “Vamos estudar caso a caso. Acredito que até o fim do ano continue esse preço, mas vamos ver. É possível que no Campeonato Carioca abaixe o preço.”

Também em busca de um faturamento maior, o Botafogo aproveitou o fechamento do Maracanã devido às obras da Copa 2014 para arquitetar o melhor aproveitamento dos 78 camarotes disponíveis no Estádio Engenhão, complexo administrado pelo alvinegro até 2027.

No início de 2010, o Glorioso realizou um leilão eletrônico com pacotes de oito a 10 lugares para que o comprador usasse o espaço anualmente por um preço médio de R$ 70 mil. A grande procura de empresas por espaços de relacionamento no Engenhão foi determinante para esse tipo de ação, que inclui as partidas de Flamengo e Fluminense.

Limitados por não terem um estádio à disposição, o rubro-negro e o tricolor têm de se adaptar aos planos bolados pelo Botafogo. Refém de empresas que adquirem os camarotes, os times da Gávea e das Laranjeiras disponibilizam lugares especiais apenas como forma de promoções para alguns torcedores.

Boa pedida
Além do espaço coletivo, o Glorioso tem um plano mensal para quem está disposto a assistir aos jogos com mais conforto. Por R$ 140, o torcedor tem direito a acompanhar todas as partidas do time como mandante no mês e usufruir de serviços de bar, salgadinhos, vaga particular para o carro e sala interna com ar-condicionado e capacidade para 50 pessoas. O setor fica na arquibancada oeste inferior e é chamado de Super VIP. “Realmente não temos pacotes de camarote para dia de jogo, mas temos esse programa mensal que nos satisfaz”, lembra o diretor de marketing do Botafogo, Marcelo Guimarães.

Tevês, bares e história
A área VIP do Vasco é, além de inovadora, uma oportunidade de o torcedor visitante conhecer um pouco mais sobre a história do clube. Com oito tevês de LCD, painéis com frases marcantes e breve histórico do time, além de um minimuseu com as chuteiras dos jogadores campeões da Copa do Brasil em 2011, o espaço visa resgatar e reforçar as glórias cruz-maltinas. Além disso, claro, uma loja oficial é aberta para que os usuários possam fazer compras de produtos oficias.

Saiba mais
Negócios lucrativos
De acordo com o portal Brasil Econômico, em novembro do ano passado, o Botafogo pretendia faturar cerca de R$ 6 milhões disponibilizando parte de suas dependências ao mercado corporativo até 2013.

Fonte: Superesportes