Márcio Cazorla se divide entre o Vasco e escolinha em Itaboraí
Chuteiras, campos e bolas por canetas, papeis e computadores. Após a aposentadoria, alguns jogadores de futebol decidem trocar de lado e passar dos gramados para os escritórios. Porém, nem todos se acostumam à nova vida e decidem retornar ao mundo do futebol. Conseguindo conciliar os dois lados, o ex-goleiro do Vasco Márcio Cazorla é sócio-gerente do complexo esportivo Vera Gol, em Itaboraí, e também é treinador de goleiros dos juniores do Cruzmaltino. Com 18 anos de São Januário, Márcio acumulou uma lista de títulos: Libertadores (1998), Brasileiros (1997 e 2000), Mercosul (2000), Torneio Rio-São Paulo (1999) e Carioca (1992/93/94, 98 e 2003). De 1987 a 2004, o ex-goleiro teve três rápidas saídas do clube: Americano (1992 e 1996) e Olaria (1995).
Por conta de uma séria fratura na mão direita, Márcio decidiu encerrar a carreira em 2004. Como já era proprietário de alguns campos de futebol no Rio de Janeiro, o ex-goleiro decidiu investir no ramo, com a sociedade proprietária do complexo em Itaboraí, onde está há quatro anos.
Em 2008, quando Roberto Dinamite assumiu a presidência do Vasco, Márcio foi convidado para trabalhar no clube. O Roberto, quando assumiu, deixou claro que ia dar oportunidade aos ex-jogadores do clube. Com essa boa decisão, eu voltei ao Vasco, assim como outros amigos, como Carlos Germano, Jorge Luís, Galdino e Cássio, por exemplo. Ser treinador de goleiro dos juniores é muito bom, pois acompanho a formação dos novos jogadores da posição, disse Márcio, contando como faz para conciliar as duas atividades. Quando treino em São Januário pela manhã, venho para o Vera Gol e vice-versa.
Nascido em Porto Alegre-RS, Márcio chegou ao Vasco em 1987, depois de uma excursão que o seu colégio fez ao Rio de Janeiro para enfrentar alguns times cariocas.
Me destaquei desde a primeira excursão, mas só fiquei no Rio mesmo na segunda. Meu pai foi contra no início, pois queria que eu estudasse, mas pedi novamente e ele autorizou. Morei por quatro anos no alojamento de São Januário, até me profissionalizar. Nessa mesma excursão, o volante Leandro Ávila também ficou no clube, lembrou.
Ponto alto Em 18 anos de Vasco, Márcio teve algumas oportunidades como titular. As principais foram durante o Brasileiro de 1997 e a Libertadores, do ano seguinte.
Em 1997, o Carlos Germano estava com problemas para renovar o seu contrato e, por isso, fiquei como titular em 17 jogos. No ano seguinte, não fui mal em uma partida na Libertadores.
Nova geração Com a experiência de estar treinando os juniores do Vasco, Márcio sempre conversa com os futuros camisas 1 do futebol brasileiro, dando orientações sobre reposição de bola, posicionamento e saídas de gol. A posição de goleiro é muito complicada, mas nos últimos anos o goleiro brasileiro tem conquistado o seu espaço.
No complexo esportivo em Itaboraí, Márcio parou para conversar com alguns alunos da escolinha de goleiros. No papo, o ex-jogador foi reconhecido pelo futuro goleiro Jonas Goneli, 13 anos. Quando vim treinar aqui, meu pai me contou a história do Márcio, que jogou muitos anos no Vasco, disse o jovem, ao lado do outro aluno da escolinha, Fernando José Maria Júnior, 14.