Futebol

Marcelo Oliveira: " O que me sustenta é o trabalho do dia a dia"

Como um autêntico comandante, Marcelo Oliveira parece ser o dono do único discurso que ainda se baseia no otimismo em relação ao fim de ano do Vasco. A frustração por não disputar o título do Brasileirão e ter visto despencar as chances de fazer sua estreia na Libertadores é até driblada nas palavras animadas do treinador, que, vez por outra, porém, não é capaz de conter o desconforto ao tratar do impacto que os problemas extracampo trouxeram a seu trabalho.

Como a matemática não deixou São Januário, a ordem é focar que é viável inverter o cenário atual, que aponta cinco derrotas consecutivas e oito pontos de distância para o São Paulo, no G-4. Se o elenco jogou a toalha, baixou a cabeça diante do iminente fracasso e já pensa em 2013, Oliveira é o motor diário que ainda motiva seus pupilos a manterem a postura. Ainda que já tenha sido sondado pelo Cruzeiro, que deve dispensar Celso Roth no mês que vem.

- O que me sustenta é o trabalho do dia a dia, a conscientização que preciso fazer nos atletas. Com boas atuações, desenvolvendo nosso futebol, facilita para resolver os problemas extracampo. E isso se sustenta na confiança da palavra da diretoria, que vem tentando resolver tudo. É delicado comentar sobre isso, mas estamos vivenciando, infelizmente. Tomara que o resultado venha logo para amenizarmos essa situação - espera o chefe cruz-maltino.

O desânimo pela campanha recente de rebaixado (28,6% dos pontos, em nove rodadas) que afeta os jogadores passa longe dele. Marcelo Oliveira lembra que só assumiu o Vasco porque o time vinha num viés de queda e recuperar não era uma tarefa tão simples.

O que me sustenta é o trabalho do dia a dia, a conscientização que preciso fazer nos atletas. Se desenvolvermos nosso futebol com boas atuações, facilita para resolver os problemas extracampo. E isso se sustenta na confiança da palavra da diretoria, que vem tentando resolver tudo. É delicado comentar sobre isso, mas estamos vivenciando, infelizmente\"

- A primeira situação a se colocar é que já viemos para cá com uma queda anterior. Ou por ausência de atletas muitas vezes ou pelas mesmas dificuldades em outros aspectos. Permaneço com esperanças (de ir à Libertadores), sim, porque no futebol você pode ser surpreendido a qualquer momento. E só consegue isso quem trabalha. Estamos nos dedicando muito pelo Vasco. Não me desanimo porque sou otimista por natureza e trabalho muito. A maior dificuldade em campo é que nos desmobilizamos após um gol. Isso precisa mudar - atestou, em referência ao baixo desempenho principalmente quando o Vasco passa a estar atrás do placar.

Perspectivas incertas para 2013

A empolgação é um tanto freada ao olhar para a frente. Com vínculo firmado até o fim da próxima temporada, o técnico vem discutindo o futuro do Vasco com a diretoria, apesar de ter sido sondado por outros clubes, como o Cruzeiro. Ainda que seja evasivo, ele indica que acreditar que, mesmo sem os reforços de primeira linha, seja possível arrumar a casa e colher resultados expressivos.

- Conversamos quase que diariamente sobre essa necessidade de viver um novo momento sob vários aspectos para que dê certo. Parece que existe uma boa vontade imensa da diretoria, algumas coisas até independem deles, mas ainda assim precisamos encontrar soluções. Falamos sobre aspectos de elenco, planejamento de trabalho para o ano que vem. Isso já poderia ser mais intenso, mas esbarramos em algumas dificuldades. Vai ser necessário trazer coisas novas, o Vasco precisa ser competitivo e, se possível, disputando os títulos de todas as competições em que está envolvido - imagina ele, que, com o atraso de salários, ainda não viu a cor do dinheiro.

Neste domingo, o desafio é contra o Sport, às 17h (de Brasília) em São Januário, pela 34ª rodada, a décima partida de Marcelo Oliveira no banco de reservas cruz-maltino.

Fonte: ge