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Mais detalhes das denúncias sobre o último ano da gestão de Campello

Aumento de R$ 119 milhões em processos trabalhistas

No primeiro item, classificado como "descontrole de processos e dívidas trabalhistas", o Conselho Fiscal destaca que foram encontrados 63 processos até então desconhecidos e que elevaram a dívida nesta categoria em mais R$ 119 milhões. O órgão pede que o fato seja "plenamente apurado, com os esclarecimentos das razões e adoções das medidas cabíveis que o caso requer.

A situação deste aumento inesperado da dívida trabalhista foi apresentado pela auditoria externa que foi contratada pela diretoria atual, comandada pelo presidente Jorge Salgado.

Renovação com a Kappa considerada "desfavorável"

No item denominado "antecipação de renovação contratual infundada e desvantajosa", o Conselho Fiscal detalha a renovação de contrato com a fornecedora de material esportivo "Kappa" com mudanças no acordo que, no entender dos fiscais, foram desfavoráveis ao Vasco. Entre os pontos, cita o aumento da multa rescisória que o clube é obrigado a pagar de R$ 3,5 milhões para R$ 6 milhões; a proibição da mudança de fornecedor durante o período do contrato vigente; e a renovação antes do cumprimento de metas estabelecidos no acordo anterior.

O tópico cita ainda detalhes de contratos que o Vasco fez com empresas para a criação de uma marcada voltada para as divisões de base e também para a gestão da "megaloja" de São Januário.

Venda de camarotes em São Januário

Neste item o Conselho Fiscal denuncia supostas vendas irregulares de cinco camarotes em São Januário ao preço de R$ 5 mil para integrantes da então Diretoria Administrativa, sendo um para o próprio ex-presidente Alexandre Campello. O documento diz que quatro deles sequer constam no controle do clube como aptos e disponíveis para negociação; que um dos referidos sequer consta no patrimônio do clube; que não houve solicitação ou comunicado da diretoria sobre estes negócios.

O documento informa ainda que as pessoas envolvidas nesta compra foram notificadas pela atual diretoria e receberam a devolução dos valores, cancelando, assim, todas as vendas.

Concessão irregular de títulos de sócio

Neste tópico, o Conselho Fiscal cita que "verificou-se que no ano de 2020 houve a concessão de expressivo número de títulos de Sócio Proprietário Benfeitor, conhecido como "Benfeitor Remido" sem o ingresso de valor correspondente para a aquisição do título. No total, foram 26 novos títulos concedidos no ano".

Contratação de empresa para prestação de serviço

Neste item, o Conselho Fiscal aponta que o contrato firmado com a empresa "R&C Serviços e Equipamentos" para a prestação de serviços no que se refere a operação dos jogos foi desvantajoso ao Vasco, com um aumento de 60% no valor do que era gasto quando a operação era feita pelos funcionários do clube.

Os conselheiros apontam ainda uma discrepância entre o valor que o clube gastará ao final do contrato com a aquisição das grades da empresa (cerca de R$ 1 milhão) em comparação com o preço de mercado segundo pesquisa levantada pelo departamento de patrimônio (cerca de R$ 400 mil).

Verificação da execução do orçamento

O último item aponta para o orçamento apresentado e que ficou longe de ser alcançado. A proposta orçamentária era de um superávit de R$ 152 miilhões, mas o ano fechou com um prejuízo de R$ 64 milhões.

O Conselho Fiscal destaca que medidas não foram tomadas mesmo com o advento da pandemia do coronavírus e as evidências que deixavam claro que a meta não seria alcançada. Os conselheiros apontam que, ainda assim, a folha salarial do futebol teve um aumento de R$ 20 milhões em relação ao ano anterior.

Fonte: UOL Esportes