Luizão revela mágoa com Eurico, mas afirma seu amor pelo Vasco
Nosso bate-papo de hoje é com o atacante Luizão, multicampeão pelo Vasco e times como Palmeiras, Corinthians e São Paulo. O atleta tem seu nome marcado na história do gigante da colina. Só pra lembrar, foi campeão e artilheiro da Copa Libertadores de 98, um dos maiores títulos do clube, formando uma dupla perfeita com Donizete. E por falar em Libertadores, Luizão possui outra marca considerável na competição. É o brasileiro que mais balançou as redes, com 29 gols.
O jogador iniciou sua trajetória nas categorias de base do Guarani, em 1991. Em sua carreira, defendeu também outros clubes no Brasil como Paraná, Grêmio, Botafogo, Santos, Flamengo, São Caetano e Guaratinguetá e do exterior como La Coruña-ESP, Hertha Berlin-ALE e Nagoya Grampus-JP.
Admirado e respeitado por praticamente todas as torcidas dos times que defendeu, Luizão chegou ao Vasco, aos 22 anos, para substituir, nada mais nada menos, que o craque Edmundo, que havia se transferido para a Fiorentina-ITA. Além da Libertadores, o ex-atacante foi destaque também nos títulos do Carioca de 98 e Rio-São Paulo de 99. Ao todo, foram 71 jogos e 38 gols com a camisa cruzmaltina.
Gentil e solícito, Luizão revela nessa entrevista a felicidade de ter jogado no Vasco, seu entrosamento com o parceiro Donizete e sua mágoa com Eurico Miranda, vice-presidente de futebol na época que, segundo ele, foi o responsável direto por sua saída do clube.
Confira!
Marcus Jacobson
Reportagem
Entrevista publicada no dia 11/05/2020
Como foi pra você vestir a camisa do Vasco?
Luizão: Foi uma honra muito grande. O Vasco tinha acabado de ser campeão brasileiro e o Edmundo tendo feito um campeonato maravilhoso ao lado do Evair. Eu vim para o ano do centenário. O Eurico quando foi me buscar, pediu que “eu tinha que fazer gol na Libertadores” e deu tudo certo, graças a Deus. Representei muito bem a camisa do Vasco, fiz os gols nas finais e fui eleito o melhor jogador do ano pela torcida. Pra mim foi fantástico!
O título da Libertadores com o Vasco foi uma de suas conquistas mais importantes. Aquele time fez história. O que representou pra sua carreira aquele momento?
Luizão: O título pelo Vasco foi o meu começo de história na Libertadores. Pra minha carreira representou muito. Eu tinha sido campeão paranaense e paulista, mas um título de tanta expressão não tinha ganho ainda. Ganhar esse título pelo Vasco e ter entrado para a história do clube no seu centenário foi uma coisa maravilhosa. Foi uma história linda. O carinho dos torcedores foi maravilhoso.
Você fez com o Donizete uma parceria de sucesso e que resultou em muitos gols e conquistas memoráveis. Qual o segredo para esse entrosamento perfeito?
Luizão: Minha parceria com o Donizete acho que encaixou tudo, né? Muita gente duvidava porque veio para substituir os dois que foram os principais jogadores do Vasco em 97, que era o Evair e o Edmundo. O segredo foi que a gente era muito amigo e não éramos fominhas. Um completava o outro com suas características e isso resultava em gols e títulos. É a dupla que ganhou o maior título da história do Vasco!
Você teve que retornar ao La Coruña após o Vasco não entrar num acordo sobre a compra de seu passe junto ao clube espanhol. Ficou alguma mágoa ou sensação de que sua história do Vasco poderia ter ido mais além?
Luizão: Minha saída do Vasco para eu retornar pro La Coruña foi totalmente culpa do Eurico Miranda, entendeu? Eu fiquei 10 meses sem receber. Pelo amor de Deus, eu amo o Vasco! Não tenho nada contra a torcida. O único sentimento ruim que ficou foi contra o Eurico que, pôxa, todo mundo recebeu. Se ele não tivesse dinheiro pra pagar, tudo bem. Mas ele tinha dinheiro pra pagar e não me pagou. E eu joguei pra caramba. Essa é a tristeza, né? Naquela época o dinheiro não fez falta, mas hoje me ajudaria muito. Mas entre eu e o clube, só tenho coisa bonita a falar sobre o Vasco, da torcida e de tudo.
Deixe um recado final para o torcedor cruzmaltino.
Luizão: Pra mim foi um honra, um prazer gigantesco jogar pelo Vasco. Foi um dos lugares que mais fui feliz na minha vida. Eu na infância torcia pelo Flamengo por causa do Zico e meu irmão, vascaíno, por causa do Roberto. Mas isso nunca mudou dentro de campo.
Fonte: Detetives VascaínosMais lidas
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