Futebol

Lúcio: "Desde molequinho sou Vasco da Gama"

Zagueiro titular na campanha do pentacampeonato mundial da Seleção, Lúcio, hoje aos 42 anos e aposentado, bateu papo na noite desta quinta-feira com jovens que buscam o mesmo sucesso na posição dentro do clube dele, o Vasco. O ex-jogador conversou com Ricardo Graça, Miranda e Ulisses, todos criados em São Januário e já integrados ao elenco profissional.

Falante e bem articulado, Graça, estimulado pelo apresentador Carlos Gregório Jr abriu a conversa com o pentacampeão.

- É um zagueiro pentacampeão de mundo e que conquistou a Champions junto com o Mourinho, na Inter de Milão. Foi dele uma das melhores atuações que vi um zagueiro fazer, que foi contra o Barcelona. Então é uma inspiração para mim, sou muito fã dele. Se eu jogar um décimo do que ele jogou, eu já estou feito na minha vida. Agradeço pela oportunidade de conseguir falar com você, Lúcio! Você é um exemplo não só para mim, mas para todos que estão aqui - afirmou Ricardo.

Com bastante simplicidade, Lúcio retribuiu a gentileza de Ricardo e se disse honrado por ser tratado como referência pelo trio de zagueiros vascaínos.

- O prazer é meu. Quando fui convidado, fiquei muito feliz por ter a oportunidade de falar e conhecer todos vocês, mesmo que virtualmente. Para mim é sempre uma alegria. Eu torço muito por vocês, pois desde molequinho sou Vasco da Gama, por influência do meu pai.

Além disso, eu torço pelo futebol brasileiro e vocês são a geração que vai continuidade ao clube. Sem dúvidas fico na torcida por todos. Fico lisonjeado por servir de exemplo para vocês, que são crias do Vasco, um celeiro de craques do nosso futebol brasileiro. Quando eu era moleque, eu me inspirava em jogadores do Vasco da Gama - respondeu o ex-atleta, que foi convidado por todos para visitar São Januário e acompanhar o treino após a pandemia.

Confira os outros diálogos do pentacampeão com a molecada:

DE MIRANDA PARA LÚCIO: título da Copa das Confederações de 2009

- Não há o que falar desse cara. Eu sempre fui muito fã dele. Como o Ricardo falou, é uma inspiração. Eu lembro de um jogo da Copa das Confederações contra os EUA. Eu tinha nove anos, e o Brasil estava perdendo por 2 a 0. O time deles era muito forte, mas conseguimos virar no segundo tempo. Alguém cobrou escanteio e o Lúcio virou o jogo com um gol de cabeça. Saiu chorando, comemorando com todos. Eu lembro que sai na rua gritando e comemorando também. Eu sempre tive a curiosidade de saber como foi o sentimento com aquela conquista, como foi a resenha depois do jogo. Pode compartilhar, Lúcio?

- Aqui atrás de mim está o resultado disso tudo que aconteceu em 2009 (apontando para a foto levantando a taça). Foi uma conquista muito importante para nós, mas principalmente para mim. Uma verdadeira prova de fogo. Dentro do futebol a gente tem vários setores que precisamos trabalhar, e o psicológico é um deles, sem dúvidas. A motivação, o treinamento, o espírito de equipe. Acho que tudo isso foi muito importante naquele jogo e naquela competição em si. Eu estava enfrentando um problema particular difícil, que era minha saída do Bayern. Fui pego de surpresa, pois aconteceu no meio da competição. O psicológico foi importante, minha família, Deus. Todos me deram muito equilíbrio - relembrou Lúcio.

DE ULISSES PARA LÚCIO:

- Primeiramente é um prazer estar falando contigo. Sou um grande fã seu. Eu sempre tento buscar coisas boas e poder ter um contato tão próximo com ele só nos faz crescer. O que eu queria perguntar para o Lúcio é sobre a emoção de levantar aquela taça da Copa do Mundo. É que toda criança que sonha em se tornar um jogador de futebol pensa em chegar na Seleção Brasileira, ganhar uma Copa do Mundo. Foi inacreditável? O que passou pela tua cabeça naquele momento? Foi sensação de alívio?

- Quando eu era moleque, eu tive a chance de ver o Dunga levantar a taça de campeão do Mundo em 94. Aquela imagem foi uma semente plantada no meu coração. Sempre sonhei em um dia conquistar títulos pela Seleção Brasileira. Cada jogador tem sua história, suas lutas, seus desafios, coisas que precisou superar durante a carreira. Cada um sabe o que passou, então aquele momento para mim foi de muita alegria. Estava alegre por estar ali, por ter realizado um sonho de vestir a camisa da Seleção, de ter jogado em grandes clubes, de ter realizado o sonho de levantar uma taça. O maior sentimento mesmo foi de orgulho por ter representado bem o meu país - finalizou.

Fonte: ge