Futebol

Luan comemora boa atuação contra o Figueirense

O garoto sai de casa aos 13 λanos, de uma pacata cidade do interior. Passa longos seis anos respirando o ambiente do clube, morando no estádio, esperando por uma chance no profissional. Quan-do ela chega, sofre uma goleada. Deixa o gramado desolado, às lágri-mas... Até poucos dias atrás, esse era o resumo da carreira de Luan. Mas, agora, é só sorriso.

Titular contra o Figueirense, no sábado, Luan teve atuação digna de aplausos e ainda marcou um gol, mesmo atuando improvisado na la-teral direita. Os olhos marejados, vistos após aquela derrota por 4 a 0 para o Bahia, deram lugar a um sor-riso contagiante.

– Foi difícil, complicado, mas caiu no esquecimento. Serviu co-mo aprendizado – garantiu ele.

Luan admite que teve dificulda-de para dormir depois da vitória. Acredita que por conta do efeito dos vários isotônicos que bebeu. Coloque aí também uma dose de adrenalina e de felicidade. Logo na manhã de ontem, levou para casa todos os jornais disponíveis na banca, atento a tudo que foi escrito ou registrado sobre sua atuação.

À tarde, conversou a reporta-


gem do L!, entre um telefonema e ou-tro de seus familiares, todos residen-tes de Fundão, município de apenas 17 mil habitantes do interior do Espí-rito Santo, sua terra natal. Pedindo a bênção do pai e do avô, quis saber se todos assistiram ao jogo. Ouviu, or-gulhoso, uma resposta positiva.

– Após aquele jogo, tentei ficar tranquilo e esperei por uma nova oportunidade. Claro que não espera-va fazer um gol, mas foi um dos dias mais felizes para mim. A torcida me aplaudiu, assim como apoiou o time todo. Foi inesquecível. Meus familia-res ficaram felizes também – lem-brou o jovem zagueiro.

Apesar dos 19 anos, Luan sabe bem o que quer. Assim como não se abalou com aquela goleada, não se ilude com a apresentação de sábado. Joia da base, admite que ter um espa-ço no time hoje é difícil, tanto quanto as provas que enfrenta na faculdade de administração, que cursa à noite, após os cansativos treinos.

– O que tiver que acontecer, vai acontecer. Preciso é trabalhar cada vez mais, esperar as oportunidades.

Oliveira elogia atuação de Luan

O técnico Marcelo Oliveira, na coletiva após o jogo contra o Figueirense, elo-giou a atuação de Luan, mesmo improvisado

na lateral direita. Ele diz que o jogador vai passar a ser uma opção mais constante.

– Luan fez duas jogadas de fundo, apoiou. Coloquei-o para marcar mais, se apresentar com abola. Felizmente foi bem e fez um gol que coroou. É um jogador que se torna op-ção de zagueiro e para fechar o lado do cam-po. É alto, tem bom cabeceio – disse

Bate-Bola

Luan

EM ENTREVISTA EXCLUSIVA AO LANCE!

-1- Como você chegou ao Vasco?
Comecei no Comercial, da minha cidade mesmo. Cheguei com 13 anos ao Vasco. Passei por mirim, infantil, juvenil... Nos juniores comecei a aparecer mais. Tive convocação para a Seleção. Agora no profissional, estou me adaptando ainda, ganhando espaço.

-2- Nos dias após aquela derrota para o Bahia, você ficou abatido?
Foi bom ter acontecido isso no começo, para aprender. Sabia que
mais oportunidades iriam vir.

-3- E quem você se inspira?
No Dedé. Por tudo que passou. Espero que possa fazer uma história linda como a dele.

-4- Como tem sido a faculdade?
Tem dado para conciliar. As provas é que são difíceis (risos).

Namorada ‘previu‘ o gol

Antes de entrar em campo, Luan recebeu uma mensagem de texto de sua namorada, com os dizeres: “Quando fizer o gol, faz um coração”. Seria uma previsão daquele que foi o primeiro gol do zagueiro pelo profissional?

– Na verdade eu errei, ia escrever se fizer um gol. Mas saiu quando. Como se fosse uma previsão (risos). Mas deu sorte – contou ao LANCE! Clarisse, namorada de Luan há dois anos.

De qualquer forma, se foi previsão ou não, o zagueiro atendeu ao pedido e, após vibrar muito e comemorar com os companheiros, fez o formato de coração com as mãos, apontando para a arquibancada.

E 2011, Clarisse já havia feito uma previsão. Durante o campeonato sub-20, disse que Luan faria um gol em um determinado jogo. E não é que ele balançou a rede?

– É a segunda vez. Ela fala e dá sorte – disse o zagueiro.

(Matéria reproduzida diretamente da versão papel do Jornal Lance)

Fonte: Jornal Lance