Futebol

Lopes Jr compara Atlético-PR a Vasco de 97

Filho de peixe, peixinho é. O velho ditado cai como uma luva para o técnico Antônio Lopes e o seu filho e auxiliar Antônio Lopes Júnior. Com o futebol brasileiro sofrendo cada vez mais com a saída de jogadores para o futebol do exterior, a tendência é que as categorias de base dos clubes forneçam atletas à equipe principal.

E é com essa filosofia de trabalho que a família Lopes trabalha. Enquanto o velho delegado comanda o Atlético Paranaense, Lopes Júnior fica encarregado de observar os garotos da base e puxar para o time principal. E o resultado é que cerca de 50% do elenco profissional do Furacão é composto por crias do clube.

- No futebol atual é uma saída buscar jogadores da base. Um investimento financeiro é muito difícil e os clubes tem procurado isso. E nós sempre procuramos trabalhar a base. Sempre que trabalhei como auxiliar dele, ele sempre me incumbiu de observar jogadores da base, jogos dos juniores, para buscar aos poucos esses atletas. Trabalhei nas categorias de base da seleção, então tenho uma noção do trabalho da garotada. Aqui existe um elenco muito jovem também. Quase 50% do elenco do Atlético tem idade de juniores. Então é um trabalho diferente, que você tem ter um cuidado especial, tem que saber a hora certa de colocar no time. Mas não adianta você colocar só garotos, você tem que saber o momento certo de soltá-lo, colocá-lo aos poucos, para que ele possa ir se ambientando - explicou Lopes Júnior.

Mas esse estilo de trabalho não é recente na carreira de Antônio Lopes. E o mais marcante foi no Vasco, em 1997, quando o clube carioca conquistou o título brasileiro. Lopes Júnior lembra com carinho daquela época e acredita que o atual momento do Atlético-PR é muito semelhante, uma vez que um ano antes, em 1996, o Vasco brigava para não cair.

- Aquela época do Vasco foi muito semelhante. O clube tinha muitos garotos e fomos pincelando alguns como Felipe, Pedrinho, Maricá, Fabiano Eller, Juninho e Ramón, que não eram da base, mas eram novos e a torcida pegava no pé. Aos poucos eles foram ganhando corpo. Me lembro bem quando chegamos em 96. O Vasco brigava para não cair. Faltavam seis rodadas quando chegamos e terminamos em 18º. No ano seguinte começou esse trabalho de renovação e eu acho o Atlético desse ano bem parecido com aquela situação - lembrou Lopinho.

Só que o filho do delegado acredita que é fundamental a mescla de jovens promessas com os famosos \"medalhões\", para que os garotos possam adquirir experiência. Se a base do Furacão atualmente conta com quatro titulares revelados no clube, por outro lado as presenças de Nei, Paulo Baier, Marcinho e Alex Mineiro contam muito.

- O Vasco de 97 tinha a garotada, mas contratamos três jogadores fundamentais para equilibrar a equipe: O Mauro Galvão, que era reserva do Grêmio, o Evair, que estava sendo dado como acabado no Atlético-MG, e o Válber, que tinha sido dispensado do São Paulo. Junto com eles o Carlos Germano, o Luizinho e o Edmundo fizeram uma espinha muito boa e pudemos lançar os garotos. Com essa mescla o Vasco foi campeão estadual, brasileiro, da Libertadores e vice-mundial. E o Atlético me lembra muito aquela época. Temos uma garotada muito boa, mas que temos que ter cuidado muito grande, pois o o momento é muito complicado. Nosso objetivo é não cair e acredito que o Atlético se mantendo na primeira divisão, no ano que vem terá um grupo que pode ser muito vencedor aproveitando os garotos da base e trazendo algumas outras peças. O Atlético tem tudo para disputar título estadual, Copa do Brasil e até Brasileiro - completou.

Em algumas épocas, Lopes Júnior trabalhou como treinador, principalmente no Rio de Janeiro e no Paraná. E, seguindo os passos do pai, também apostou na garotada em busca do sucesso.

- Já trabalhei várias vezes como treinador. Treinei o Bangu, em 2002, o Olaria, em 2004, no Iraty, em 2008, e no CSA-AL e também tenho essa filosofia de trabalhar com jovens. Os garotos, mesclados com os mais experientes, são importantes porque eles querem aparecer e querem mostrar o seu trabalho. Então eles te dão sempre uma boa resposta - concluiu.

Fonte: Lancenet!